Inflação do aluguel vai a 4,34% em setembro e sobe pelo quarto mês seguido

IGP-M acumula alta de 14,40% no ano e de 17,94% em 12 meses; preços das commodities e passagens aéreas lideram valorização

  • Por Gabriel Bosa
  • 29/09/2020 08h12 - Atualizado em 29/09/2020 11h57
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Agência Brasil/Arquivo Alta do IGP-M em maio foi forçada pela nova valorização das commodities Alta do IGP-M em maio foi forçada pela nova valorização das commodities

O Índice Geral de Preço – Mercado (IGP-M) avançou 4,34% em setembro, após subir 2,74% em agosto, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta terça-feira, 29. No ano, o indicador usado como base ao reajuste do aluguel acumula alta de 14,40%, e de 17,94% nos últimos 12 meses. Em setembro de 2019, o IGP-M havia retraído 0,01% e somava valorização de 3,37% em 12 meses. Esta foi a quarta alta consecutiva do indicador, que vem em constante de crescimento desde junho, quando registrou avanço de 1,56%, seguido por 2,23% em julho. A alta deste mês foi puxada pelo avanço de 5,92% do Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que corresponde a 60% da formulação do IGP-M, ante 3,74% em agosto. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que soma 30% do total, subiu 0,64% em setembro, enquanto o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), que corresponde aos 10% faltantes, registrou alta de 1,15%. Em paralelo, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o indicador oficial da inflação brasileira, acumula alta de 2,65% nos últimos 12 meses, segundo a prévia de setembro divulgada pelo IBGE.

Na análise por estágios de processamento do IPA, a taxa do grupo Bens Finais subiu 2,83% em setembro. No mês anterior, o índice havia registrado alta de 1,25%. A principal contribuição para este resultado partiu do subgrupo alimentos processados, cuja taxa passou de 2,98% para 5,99%, no mesmo período. O índice relativo a Bens Finais, que exclui os subgrupos alimentos in natura e combustíveis para o consumo, subiu 3,00% em setembro, ante 1,49% no mês anterior. A taxa do grupo Bens Intermediários subiu de 2,73% em agosto para 4,05% em setembro. O principal responsável por este movimento foi o subgrupo materiais e componentes para a manufatura, cujo percentual passou de 2,24% para 4,53%. O índice de Bens Intermediários (ex), obtido após a exclusão do subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção, subiu 4,04% em setembro, contra 1,91% em agosto.

“Nesta edição, os três índices componentes do IGP-M registraram aceleração. O índice de preços ao produtor segue influenciado pela alta de grandes commodities, como a soja em grão que subiu 14,32% em setembro. No IPC, o destaque coube ao subgrupo recreação cuja a variação foi de 4,77%, sob influência de passagens aéreas que avançaram 23,74% nesta apuração. Por fim, no INCC destacam-se materiais e equipamentos, cujos os preços avançaram em média 2,97% no mês e 9,67% em 12 meses”, afirmou André Braz, coordenador dos Índices de Preços da FGV.

Além de influenciar o preços do mercado imobiliários, o IGP-M é usado como base para reajustes inflacionários de companhias telefônicas e energia elétrica, e também é um dos indexadores para contratos de prestação de serviço, educação e planos de saúde. Em comparação, o IPCA, o indicador oficial da inflação brasileira, acumula alta de 2,65% nos últimos 12 meses, segundo a prévia de setembro divulgada pelo IBGE na última semana. A disparidade entre os dois indicadores é explicado pela fórmula da conta: enquanto o IPCA leva em conta a variação de nove itens de consumo e bens, como alimentação, transporte e educação, o IGP-M é o resultado do IPA, IPC e INPC. Além de levar em consideração itens de bens e serviços, o indicador da FGV também considera matérias-primas utilizadas na produção agrícola, industrial e construção civil, e também itens de commodities, como milho, soja e minério de ferro, que possuem grande influência da variação do dólar.

O avanço de três das oito classes de despesas que compõem o IPC fez o índice avançar 0,64% em setembro, ante alta de 0,48% em agosto. A principal contribuição partiu do grupo Educação, Leitura e Recreação, que passou de retração de 0,62% para valorização de 1,73%. Nesta classe de despesa, vale citar o comportamento do item passagem aérea, cuja taxa passou de -3,57% em agosto para 23,74% em setembro. Na outra ponta, os grupos de Saúde e Cuidados Pessoais registrou queda de 0,52%, seguida pela Comunicação, com alta de 0,03% ante 0,35 em agosto, e Habitação, que teve alta de 0,50 contra 0,58% registrado no mês anterior. O INCC subiu 1,15% em setembro, ante 0,82% no mês anterior. Dos três grupos que formam o índice, apenas Materiais e Equipamentos registraram alta na passagem de agosto para setembro, 1,43% e 2,97%, respectivamente. Serviços apresentou queda de 0,20% para 0,13%, enquanto Mão de Obra retraiu de 0,52% em agosto para 0,06% neste mês.

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