Jihadistas dinamitam 10 suntuosos palácios construídos por Saddam Hussein

  • Por Agencia EFE
  • 29/01/2015 20h09
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Shalan Jabouri.

Bagdá, 29 jan (EFE).- Os jihadistas do Estado Islâmico (EI) dinamitaram nesta quinta-feira dez suntuosos palácios erguidos pelo falecido ditador Saddam Hussein em Tikrit, sua cidade natal, que em meados de 2014 se tornou parte do califado proclamado pelo grupo radical.

Entre os palácios destruídos pelos extremistas estava o de Al Faruq, erguido pelo sátrapa que governou Iraque de 1979 a 2003 e foi enforcado em 30 de dezembro de 2006.

Apesar de terem sido saqueados imediatamente após a invasão da cidade, em abril de 2003, pelo exército americano, as fotos que os soldados divulgaram na época mostravam o luxo desmedido de seus salões, quartos e pátios.

Al Faruq, o maior dos 76 palácios e grandes mansões, construídos por ordem do antigo ditador, possuía duas estátuas de Saddam montado em um cavalo, agora reduzidas a escombros.

Os palácios dinamitados estavam situados na capital da província de Saladino, 120 quilômetros ao norte de Bagdá. Cidade onde Saddam Hussein nasceu em abril de 1937 e também onde foi capturado pelas tropas americanas em dezembro de 2003, oito meses após a tomada de Bagdá pelos EUA.

Após sofrerem depredações durante a guerra e terem sido saqueados quando a cidade se rendeu, os palácios foram recuperados pelas novas autoridades iraquianas, que os transformou em sedes e edifícios do governo.

O Abasí, outro desses luxuosos edifícios, cujo nome deriva da segunda dinastia de califas que governou o império islâmico, também havia sido utilizado como sede do governo. No entanto, seus novos moradores, os fanáticos jihadistas do EI, que ocuparam Tikrit em 11 de abril, optaram por explodir os palácios.

Mas antes disso também os transformaram em sede de suas tropas e seus comandantes e, inclusive, em centros de detenção.

Em junho de 2014 a aviação iraquiana bombardeou um dos complexos palacianos, que dava abrigo aos combatentes do califado de Abu Bakr al Baghdadi, líder do EI.

A motivação dos extremistas para destruir os palácios permanece desconhecida. Testemunhas contaram que uma grande quantidade de combatentes deixou a cidade carregando armas e móveis em direção à Alm, cidade situada a 15 km de Tikrit.

As forças iraquianas estão se preparando para lançar uma ofensiva com intenção de libertar Tikrit e as áreas do norte de Saladino do domínio dos radicais, depois de no início deste mês terem conseguido acabar com os últimos redutos jihadistas em diferentes partes do sul da província.

As autoridades locais chegaram a levantar a possibilidade de transformar alguns desses palácios em hotéis, a fim de atrair o turismo internacional para a região, mas o permanente estado de instabilidade no país as fez desistir de seus planos. EFE

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