Maduro diz que “extrema-direita espanhola” quer traçar o rumo da Venezuela

  • Por Agencia EFE
  • 24/07/2015 17h57
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Caracas, 24 jul (EFE).- O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse nesta sexta-feira que é uma “falta de respeito” o convite feito pela oposição venezuelana à “extrema-direita espanhola” para supostamente definir o rumo do país, em clara alusão aos senadores do país europeu que se encontram de visita em Caracas.

“É muito irritante que venha gente da Espanha para dizer à Venezuela o que devemos fazer. Isso me dá ânsia de vômito. Não precisamos que a extrema-direita de Rajoy venha à Venezuela, 200 anos depois (de sua independência), dizer o rumo que devemos tomar”, disse, ao mencionar o presidente do Governo espanhol, Mariano Rajoy.

Maduro fez essas declarações em entrevista ao canal estatal “Telesur”, que foi fundado pelo falecido presidente Hugo Chávez e hoje comemora dez anos de transmissão.

“O convite da MUD (a aliança de oposição Mesa da Unidade Democrática) trouxe a extrema-direita espanhola. Isso me dá ânsia de vômito, e digo isso porque é o que eu sinto quando os vejo e os escuto, porque é uma falta de respeito com uma história e com um povo. Quem tem que resolver os problemas internos da Venezuela somos nós”, disse o presidente.

Ontem, Maduro também disse que com a Lei de Segurança Cidadã na Espanha, denominada “lei da mordaça”, o presidente do Governo espanhol “está dando um golpe na democracia”.

“A lei repressiva, a lei Franco, a lei da mordaça, proíbe que aqueles que são desalojados protestem contra seu despejo”, disse Maduro, que depois acrescentou textualmente: “É isso que eles chamam de democracia? Esse é o cancelamento da democracia, um golpe dado por Rajoy contra a democracia, em nome de Franco, com a lei da mordaça”.

Um grupo de parlamentares espanhóis se encontra em Caracas desde a quarta-feira, a convite da MUD, para que pudessem constatar a situação daqueles que a oposição considera como presos políticos e opositores perseguidos, uma visita que deve ser concluída hoje.

O grupo de senadores espanhóis não obteve permissão para visitar nesta sexta-feira o dirigente opositor Leopoldo López, preso desde fevereiro do ano passado, depois que ontem também foram impedidos de visitar a carceragem do Serviço Bolivariano de Inteligência (Sebin), onde está detido o ex-prefeito e opositor Daniel Ceballos. EFE

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