Manifestantes pró-russos reforçam barricadas e elevam tensão em Donetsk

  • Por Agencia EFE
  • 11/04/2014 09h44
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Donetsk (Ucrânia), 11 abr (EFE).- Os manifestantes pró-russos reforçaram nesta sexta-feira as barricadas junto à sede do governo regional na cidade de Donetsk, no sudeste da Ucrânia, que segue ocupada desde o último domingo.

De acordo com fontes locais, cerca de 2 mil pessoas se encontram atrás das barricadas, na praça em frente ao edifício governamental, onde os manifestantes instalaram um marco de fronteira russo para simbolizar que se encontram em território da Rússia.

O reforço das barricadas com arame farpado acompanhou uma declaração do líder do autoproclamado “governo provisório da república popular de Donetsk”, Denis Pushilian, que, na noite de ontem, anunciou a criação de um “Exército popular”.

No entanto, a tensão em Donetsk aumentou na última quarta-feira, quando o ministro do Interior ucraniano, Arsen Avakov, deu um prazo de 48 horas para os manifestantes deixarem os edifícios administrativos no sudeste do país, seja mediante negociações ou com a força policial. Mas, expirado o prazo dado por Avakov, as forças policiais não entraram em ação.

Diante deste contexto, o primeiro-ministro ucraniano, Arseni Yatseniuk, chegou hoje à cidade de Donetsk para tentar acalmar os ânimos.

Yatseniuk se reuniu com políticos e homens de negócios da região de Donetsk para assegurar que as autoridades não planejam derrogar a lei que permite a existência de dois idiomas oficiais – ucraniano e russo – onde a minoria supere 10% da população.

Além disso, o chefe do governo declarou que é a favor da aprovação de uma lei que permita a realização de referendos regionais, uma das principais exigências dos manifestantes pró-russos.

“O povo quer que a voz de Donbass (a bacia de Donetsk) seja escutada. O povo quer que Donbass seja respeitada. O que fazer? A única solução é negociar”, disse na reunião o homem mais rico da Ucrânia, Rinat Ajmetov, segundo a imprensa local.

O magnata indicou que recentemente se reuniu com os manifestantes para prestar apoio às reivindicações de descentralização do poder Executivo e de melhorar a situação da região.

“Mas para mim, Donbass é Ucrânia”, ressaltou o magnata ao rejeitar as palavras de ordem separatistas dos manifestantes. EFE

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