Mediadores observam avanço para alcançar fim de hostilidades no Sudão do Sul
Nairóbi, 9 jan (EFE).- A Autoridade Intergovernamental para o Desenvolvimento (Igad), bloco regional mediador da África Oriental na crise do Sudão do Sul, constatou um “grande avanço” nas negociações para conseguir o fim das hostilidades no país.
Em comunicado emitido durante a madrugada, a Igad informou sobre os resultados da “frutífera missão” que uma delegação de mediadores realizou em Juba, entre terça-feira e quarta-feira, quando ocorreram reuniões com o presidente sul-sudanes, Salva Kiir, e presos políticos acusados de motim.
Já as negociações de paz que o governo do Sudão do Sul e os rebeldes mantêm em Adis-Abeba (Etiópia) ficaram nesta terça-feira estagnadas pela negativa do executivo de libertar os rebeldes presos.
No comunicado, no entanto, a delegação mediadora disse que se produziu “um grande avanço no assunto do fim das hostilidades, já que o governo e os detidos se comprometeram a negociações incondicionais a respeito”.
A Igad também percebe “um avanço rumo ao diálogo político” e assegura que a “negociação direta entre as partes continuará em Adis-Abeba com bom ânimo”.
Segundo os mediadores, Kir reiterou que “a atual crise é política” e reafirmou “seu apoio total à busca de uma solução política”.
“O presidente também expressou o compromisso do governo com as negociações sobre o fim das hostilidades para pôr fim à violência em seu país”, acrescentou a nota.
Além disso, os detidos concordaram em que “a crise é política e requer uma solução política”, ao mesmo tempo em que manifestaram seu apoio a “um fim incondicional das hostilidades”, afirmou o comunicado.
As negociações entre as delegações do governo e os rebeldes começaram na segunda-feira passada em Adis-Abeba e são impulsionadas pela Autoridade Intergovernamental para o Desenvolvimento (Igad).
No entanto, as conversas de paz na capital etíope entre as duas partes encalharam pela negativa do governo sul-sudanes de libertar rebeldes presos.
A violência no Sudão do Sul explodiu em 15 de dezembro por uma tentativa de golpe de Estado perpetrado pelo ex-vice-presidente e hoje chefe rebelde Kier Mashar, segundo sustenta Salva Kiir, e desde este dia milhares de pessoas morreram no país.
Para tentar evitar que a crise derive em uma guerra civil, vários países africanos realizam esforços mediadores, e tanto Estados Unidos como a União Europeia (UE) enviaram seus representantes especiais para a região.
O jovem país enfrenta o maior desafio desde seu nascimento, em julho de 2011, após se tornar independente do Sudão. EFE
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