Ministro desvincula Capriles de atos violentos e acusa Leopoldo López

  • Por Agencia EFE
  • 18/03/2014 18h27

Caracas, 18 mar (EFE).- O ministro do Interior da Venezuela, Miguel Rodríguez, disse nesta terça-feira que “um informante” lhe confirmou que a violência ocorrida no país foi “coordenada” pelos líderes opositores Leopoldo López e María Corina Machado e que o ex-candidato presidencial Henrique Capriles se desvinculou deles.

López, líder do partido Vontade Popular, está preso em Caracas desde 18 de fevereiro, seis dias após ocorrer as primeiras três das 29 mortes causadas pelos incidentes.

Sobre Machado, Rodríguez ressaltou que ela “tem que pagar”.

Em declarações ao canal “VTV”, o ministro assegurou que o informante, ao qual chamou de “fonte A1”, também lhe confirmou que Capriles foi informado de tais planos diretamente por López e por Machado, junto a um punhado de prefeitos opositores.

Os planos, segundo Rodríguez, foram mostrados na residência de López em 10 de fevereiro e no dia seguinte em um hotel do leste de Caracas.

“A fonte A1 nos informou que Capriles esteve lá, saiu e disse que ia embora porque não apoiaria essa loucura, fazendo referência a Leopoldo López, que propunha incendiar as cidades; até onde nos informa a fonte, vários prefeitos também se retiraram”, acrescentou o ministro.

Sobre a deputada Machado, o principal rosto feminino da oposição, Rodríguez ressaltou que é “uma sombra da violência”.

“Esta senhora María Corina Machado por onde passa vai deixando violência, incêndios, feridos, mortos e então a lei terá que fazer o que tem que fazer”.

“Essa senhora tem que pagar por este que não é um protesto espontâneo da cidadania, mas uma violência planificada” e “coordenada” por ela e López, reiterou.

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, sustenta que os protestos fazem parte de um plano orquestrado pelos Estados Unidos que procura sua derrocada, e assegurou que “só uma” das 30 mortes envolve agentes de corpos de segurança.

Maduro sustentou que entre os que fazem uso de armas de fogo nos protestos, especialmente nas barricadas levantadas nas ruas, destacam-se ativistas do partido do “fascista López”, o que este negou ao dizer que seu chamado é para pressionar “nas ruas a saída” do governante, mas de maneira pacífica.

López, formalmente acusado de incêndio e danos, assim como de formação de quadrilha e instigação, nega qualquer delito e desde a prisão chamou seus seguidores a se manter nas ruas, mas sem recorrer à violência.

“Eu assumo minha responsabilidade de ter convocado a ida às ruas e o protesto não violento. Se tivesse que fazer de novo, voltaria a fazer”, ressaltou em entrevista publicada no domingo.

A crise política, lamentou hoje o ministro, “freou os planos de segurança que vinham dando bons resultados em todas as cidades do país”. EFE

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