Acusações de ‘sexualização’ de estátua geram polêmica na Itália

Escultura homenageando poema do ano 1857 foi considerada como ofensiva à imagem das mulheres por política e acendeu debate sobre arte no país

  • Por Jovem Pan
  • 29/09/2021 14h44 - Atualizado em 29/09/2021 16h16
Anna Rita Leonardi/Twitter/Reprodução Homens em torno de estátua de mulher na Itália Inauguração de estátua com figura feminina causou polêmica no país

Uma estátua de bronze inaugurada no último sábado, 25, na comuna de Sapri, cidade com pouco mais de 6 mil habitantes na Itália, causou polêmica após uma série de ativistas considerarem a imagem de uma mulher com um vestido “sexualizada”. A escultura é uma homenagem ao poema La Spigolatrice di Sapri (O Respigador de Sapri), de 1857, que conta a história de uma respigadora (pessoa que recolhe espigas no campo) que deixou seu trabalho para se unir a uma revolução mal sucedida liderada pelo italiano Carlo Pisacane contra contra o reino de Nápoles. A imagem da mulher, com um vestido que marca o corpo, foi criticada por personalidades do país. Uma delas foi a senadora Monica Cirinnà, do Partido Democrata, da centro esquerda italiano. “Como até mesmo as instituições podem aceitar a representação de uma mulher com seu corpo sexualizado?”, questionou no Twitter.

Em posicionamento nas redes sociais, o prefeito de Sapriu, Antonio Gentile, considerou as críticas uma “falta de conhecimento da história local” e comparou os pedidos de derrubada da obra com ações tomadas por ditaduras. Ele considerou algumas das reações como “extremamente violentas, sexistas e até mesmo ofensivas à comunidade”. “Nossa comunidade sempre esteve comprometida no combate a todas as formas de violência de gênero”, afirmou. O escultor da obra, Emanuele Stifano, afirmou que estava “chocado e desanimado” com a repercussão em torno da obra. Em sua defesa, ele afirmou que sempre cobre o mínimo possível do corpo humano, independente do gênero, em todas as suas produções.

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