África do Sul: Número de mortos em protestos violentos sobe para 337
Até o momento, governo prendeu quatro pessoas por suspeita de incitar motins no país; nenhuma manifestação nova foi registrada pela polícia nesta quinta-feira
O governo da África do Sul afirmou nesta quinta-feira, 22, que o número de mortes relacionadas à onda de motins violentos e saques em massa que abalou o país por quase uma semana no começo do mês subiu para 337. Apesar do aumento nas confirmações de óbitos, a ordem foi mantida e o país não registra distúrbios violentos há alguns dias. “Não houve incidentes de desestabilização em nenhuma das duas províncias”, afirmou a ministra em exercício da Presidência da África do Sul, Khumbudzo Ntshavheni, se referindo a Gauteng e KwaZulu-Natal, as duas regiões afetadas. Das mortes adicionais, que são resultado de ferimentos sofridos durante os distúrbios, 79 ocorreram em Gauteng (província na qual estão localizadas Joanesburgo e Pretória) e 258 em KwaZulu-Natal.
Segundo Ntshavheni, as investigações continuam e quatro pessoas foram presas por supostamente terem incitado a violência nos motins. Alguns objetos roubados durante saques continuam sendo procurados e, de acordo com as autoridades, serão destruídos após serem usados como prova. A decisão causou polêmica, já que os danos causados a shoppings, fábricas, armazéns e até mesmo escolas estão estimados na casa dos milhões. Os suspeitos de incitar a violência foram identificados como Bruce Nimmerhoudt, Sibusiso Mavuso, Clarence Tabane e Ngizwe Mchunu, que já compareceram ao tribunal. A onda de protestos foi iniciada no dia 9 de julho por causa da prisão do ex-presidente Jacob Zuma, condenado a mais de um ano de detenção por recusar testemunhar em um julgamento que analisava se houve corrupção durante o governo dele.
O surto de violência foi alimentado por uma série de problemas sociais pré-existentes no país, como extrema desigualdade, desemprego, altos níveis de criminalidade e má gestão da pandemia da Covid-19. O controle das áreas afetadas começou a ser retomado no dia 14, quase uma semana após o início dos motins, com o envio de tropas militares para as duas províncias. O presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, afirmou que os incidentes foram “instigados” e “houve pessoas que planejaram e coordenaram”. Além dos quatro presos pela suposta coordenação dos protestos, mais de 1,2 mil pessoas foram detidas em flagrante pela polícia nas manifestações violentas.
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