Agência Europeia de Medicamentos reforça recomendação de uso da vacina de Oxford

A entidade reconheceu uma possível ligação com casos de trombose, mas considerou que o efeito colateral é muito raro e reiterou a segurança e a eficácia do imunizante

  • Por Jovem Pan
  • 07/04/2021 13h00 - Atualizado em 07/04/2021 16h28
EFE/EPA/NEIL HALL/Archivo Vacina de Oxford, produzida pela AstraZeneca Para entidade, balanço entre riscos e benefícios da vacina de Oxford permanece positivo

A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) manteve nesta quarta-feira, 7, a sua recomendação de uso da vacina contra Covid-19 desenvolvida pela farmacêutica AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford. A entidade reconheceu a existência de “uma possível ligação” entre o imunizante e problemas de coágulo sanguíneo ou níveis baixos de plaquetas sanguíneas, mas considerou que se trata de um efeito colateral “muito raro” e que o balanço entre riscos e benefícios permanece positivo. A EMA já tinha se posicionado sobre o assunto no dia 18 de março, quando afirmou não ser possível estabelecer uma relação direta entre a vacina e os casos de trombose que tinham sido reportados em diversos países, especialmente na Europa.

O parecer é semelhante ao da Agência Reguladora de Medicamentos e Produtos para a Saúde do Reino Unido, que no último dia 4 se posicionou a favor da manutenção do uso da vacina de Oxford apesar de ter identificado 30 casos de coágulos sanguíneos em seu território. O órgão justificou que os riscos são “muito pequenos”, visto que 18,1 milhões de pessoas receberam o imunizante no país. “A decisão de risco e benefício que as pessoas tem quando convidadas a receber a vacina é simples: receber a vacina é de longe a opção mais segura”, garantiu Adam Finn, integrante do Comitê Conjunto de Vacinação e Imunização. A Organização Mundial da Saúde (OMS) também falou sobre o assunto no dia 17 de março, quando disse não existir evidências que indiquem uma ligação direta entre o imunizante e os problemas de coágulo sanguíneo.

Recentemente, a Alemanha, o Canadá e a Holanda afirmaram que não utilizarão o produto da AstraZeneca em adultos, que parece ser a faixa etária em que o problema é mais recorrente. A Holanda informou que recebeu cinco relatos de mulheres de 25 a 65 anos que desenvolveram trombose após serem vacinadas no país, sendo que uma delas morreu de embolia pulmonar extensa dez dias após receber a vacina de Oxford. Na Alemanha, foram 31 casos de trombose e nove vítimas fatais, sendo dois homens de 36 e 57 anos e sete mulheres com idades entre 20 e 63 anos. O Canadá, por sua vez, não registrou nenhum caso de problemas de coagulação do sangue após aplicação do imunizante da AstraZeneca, mas se mostrou preocupado com a recorrência em outros países e pediu que a própria farmacêutica realizasse um estudo específico sobre possíveis efeitos colaterais dentro do contexto do seu território.

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