Agência da ONU contra testes nucleares analisa explosão em Beirute

Até o momento, não há indicação de material nuclear na explosão, confirmou o porta-voz; no entanto, ele admitiu que a organização ainda não descarta a possibilidade

  • Por Jovem Pan
  • 05/08/2020 11h08
EFE/EPA/WADEL HAMZEH A explosão foi registrada pelo Sistema Internacional de Vigilância (SIV) da organização, uma rede mundial de instalações de vigilância sismológica, hidroacústica e infra-sônica

O Tratado de Proibição Total de Testes Nucleares (CTBTO, na sigla em inglês) está analisando dados da explosão que matou mais de 100 pessoas, na terça-feira, em Beirute, no Líbano, registrados em várias estações em sua rede internacional de medições. “Nossas equipes estão estudando os dados”, confirmou à Agência Efe nesta quarta-feira, 05, Gill Tudor, porta-voz do CTBTO, uma agência das Nações Unidas com sede na Áustria. A explosão foi registrada pelo Sistema Internacional de Vigilância (SIV) da organização, uma rede mundial de instalações de vigilância sismológica, hidroacústica e infra-sônica.

Embora tenha como objetivo detectar possíveis explosões nucleares e obter provas da sua ocorrência, a rede também detecta e localiza a energia liberada por uma explosão, nuclear ou não, ou por um fenômeno natural produzido no subsolo, debaixo de água ou na atmosfera. Por enquanto, conforme relatado pela secretária executiva da CTBTO, Lassina Zerbo, especialistas analisam dados de duas estações, uma na Alemanha e outra na Tunísia. “O SIV detectou fortes sinais de uma grande explosão em Beirute em 4 de agosto de 2020 nas estações infra-sônicas da I48TU na Tunísia e na 126DE na Alemanha”, disse Gill Zerbo em seu Twitter. “Os analistas continuam estudando os dados. Nossos pensamentos estão com as muitas vítimas que a explosão causou. Solidariedade com o Líbano”, concluiu a curta mensagem.

Até o momento, não há indicação de eventual material nuclear na explosão, nem parece provável, confirmou o porta-voz. No entanto, ele admitiu que a organização ainda não está em condições de descartar a eventualidade, uma vez que a verificação da presença de radionuclídeos exigiria mais tempo, enquanto a detecção da própria explosão pela rede é imediata.

*Com informações da EFE

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