Beirute enfrenta superlotação de hospitais e falta de materiais, conta brasileira no Líbano
Em entrevista à Jovem Pan, a brasileira conta que faltam materiais para atendimento dos feridos
A cidade de Beirute, no Líbano, está com dificuldade para atendimento das vítimas da explosão na região portuária, ocorrida na terça-feira, 05. O motivo, como conta a brasileira Karla Jaalouk, que vive há 22 anos no país, é a superlotação dos hospitais da capital, o que tem obrigado os feridos a se deslocar para outros municípios. Karla, que é presidente do grupo Amizade Brasil no Oriente Médico e está atuando como voluntária em um hospital da região, conta que a explosão devastou a capital. “Da varanda da minha casa vemos o porto de Beirute, amanhecemos com muitas casas destruídas e os hospitais lotados. Na parte da urgência está faltando materiais. Agora, os hospitais pedem que os feridos sejam transferidos para outros hospitais que não sejam na capital. A situação continua muito feita, a explosão foi muito forte. Todos ficamos com muito medo”, relata a brasileira, que vive a cerca de 11 quilômetros de distância do local da explosão.
Karla conta que, além da explosão e do avanço da Covid-19, o país enfrenta desde setembro do ano passado uma crise econômica “muito grande” e que “está piorando”. Por conta da crise, intensas manifestações populares vinham tomando conta do Líbano, com críticas a forma de atuação do governo. No entanto, mesmo com a crise política, os libaneses estão se unindo e prestando socorro aos feridos. “A destruição está em todos os lugares, estamos todos nos solidarizando, sendo voluntários para ajudar”, conta a presidente do grupo Amizade Brasil. Segundo ela, não houve mortes de brasileiros na explosão, apenas casos de feridos que “já foram levados para atendimento em hospitais, mas não Beirute“.
Até o momento, não foi confirmada a causa da explosão. O armazenamento irregular do nitrato de amônio seria, possivelmente, a causa do desastre. No entanto, outras hipóteses não são descartadas, considerando até mesmo a possibilidade de atentado. Segundo Karla, nesta quarta-feira, 05, diferentes motivos são apontados como responsáveis da explosão. “Temos várias versões do acontecimento. Temos quem fale que eram fogos de artifício, depois falaram que era nitrato de amônio armazenado que com o calor explodiu. Mas agora estão falando que o local era um depósito de armamento, enquanto outros afirmam que foi um ataque por causa do julgamento do primeiro-ministro, marcado para essa semana. Então a gente não pode deduzir nada agora, vamos esperar um pouco e ver o que será certo ou não”, finaliza a brasileira.
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