Alemanha, França e Itália suspendem uso da vacina contra Covid-19 da AstraZeneca

Os três países se juntaram nesta segunda-feira, 15, às demais nações europeias que interromperam aplicação do imunizante após casos de trombose em recém-vacinados

  • Por Jovem Pan
  • 15/03/2021 15h14 - Atualizado em 15/03/2021 17h54
Luis Lima Jr./Estadão Conteúdo Enfermeira segurando seringa. Ao fundo, logo da AstraZeneca Especialistas defendem que os casos de trombose estão dentro do que seria esperado acontecer naturalmente na população

Alemanha, França e Itália anunciaram nesta segunda-feira, 15, que vão parar de administrar doses da vacina contra Covid-19 desenvolvida pela AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford enquanto aguardam resolução da Agência Europeia de Medicamentos (EMA). As decisões acontecem após serem reportados problemas de coagulação do sangue em várias pessoas que tinham recebido o imunizante há poucos dias na Dinamarca. Além disso, duas pessoas morreram de trombose depois de receber a chamada “vacina de Oxford“: uma na Áustria e outra na Noruega. Anteriormente, Irlanda, Islândia, Bulgária e Holanda já tinham paralisado o uso desse imunizante, enquanto Áustria, Estônia, Letônia, Lituânia e Luxemburgo retiraram um lote específico de circulação. Só na União Europeia e no Reino Unido, um total de 17 milhões de pessoas já receberam a vacina da AstraZeneca. A expectativa é que a EMA divulgue as suas conclusões sobre o imunizante nesta quinta-feira, 18, mas já antecipou que mantém “a opinião de que os benefícios da vacina da AstraZeneca na prevenção da Covid-19, com seus risco associado de hospitalização e morte, superam os riscos de efeitos secundários”.

Tanto a AstraZeneca quanto a Universidade de Oxford afirmaram que não existe relação entre a sua vacina e os problemas de coagulação do sangue. A companhia apontou que os 15 casos de trombose venosa profunda e os 22 casos de embolia pulmonar relatados até agora são numericamente muito inferiores “ao que seria esperado que ocorresse naturalmente na população em geral”.  O mesmo posicionamento foi dado pela agência reguladora de medicamentos do Reino Unido, a MHRA. “Estamos examinando os informes, mas tendo em conta o grande número de doses administradas, e a frequência com que podem ocorrer os coágulos de forma natural, esses testes disponíveis não indicam que a vacina seja a causa”, afirmou o responsável por segurança das vacinas, Phil Bryan. Já a Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou que os dados disponíveis não sugerem que a vacina tenha causado os coágulos e que, por isso, as pessoas devem continuar sendo imunizadas. No entanto, a entidade deve reunir especialistas nesta terça-feira, 16, para avaliar a situação.

 

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