Anistia Internacional denuncia tortura policial em Hong Kong

  • Por Jovem Pan
  • 20/09/2019 11h28
EFE Manifestações já duram 13 semanas na cidade autônoma

A Anistia Internacional (AI) denunciou, nesta sexta-feira (20) o abuso cometido pelas forças policiais contra os manifestantes que participam dos protestos pró-democracia em Hong Kong. Em um relatório, a organização exigiu uma investigação independente.

Para concluir que houve abuso, a ONG de defesa dos direitos humanos entrevistou 21 pessoas detidas, que pediram para não ser identificadas, por medo de possíveis represálias, além de advogados e profissionais de saúde.

“Quase todos os entrevistados descreveram ter sido espancados com cassetetes durante a detenção, mesmo que não representassem ameaça”, sendo que “85% dos entrevistados foram hospitalizados como resultado da agressão e três passaram pelo menos cinco dias no hospital”, afirmou a AI.

No relatório, a ONG citou o caso de um homem que disse ter sido alvo de tortura depois de se recusar a responder a uma pergunta da polícia durante o interrogatório. “Senti que as minhas pernas foram atingidas por um objeto muito duro. Depois, um agente pôs os seus joelhos no meu peito. Senti a dor nos ossos e não conseguia respirar. Tentei gritar, mas não conseguia”, relatou o entrevistado.

O documento citou, também, o caso de uma jovem que foi detida em um protesto em Sheung Wan, em julho, e que diz ter sido espancada nas costas enquanto fugia da polícia. “O uso da força foi claramente excessivo, uma violação da lei internacional de direitos humanos”, afirmou o diretor da AI para o leste da Ásia, Nicholas Bequelin.

Ele ressaltou, ainda, que a ação da polícia de Hong Kong para controlar os manifestantes na rua “tem sido transmitida para o mundo ver”, mas “muito menos visível tem sido a abundância de abusos da polícia contra manifestantes detidos”.

*Com informações da Agência Brasil

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