Após 30 anos no poder, ditador do Sudão é deposto por militares
O ditador do Sudão, Omar al-Bashir, foi deposto por militares nesta quinta-feira (11) após três décadas à frente do país. O anúncio oficial da deposição de Bashir deverá ser feito nas próximas horas pelos militares.
Bashir, de 75 anos, está sendo mantido sob forte vigilância na residência presidencial, em Cartum. Funcionários do governo sudanês disseram que há negociações entre os militares para a formação de um governo de transição.
Milhares de pessoas se concentraram nas imediações do Ministério da Defesa e no centro de Cartum para participar de protestos contra Bashir e festejar a queda dele. Na capital do Sudão, os militares posicionaram-se em vários pontos da cidade durante a madrugada, em especial junto dos edifícios da televisão e da rádio públicas.
Milhares de pessoas mantêm os protestos em vários pontos da capital, sobretudo junto ao quartel-general do Exército. As manifestações começaram em dezembro por causa da forte alta do pão. Desde então, elas se intensificaram.
Vinte e duas pessoas, entre elas cinco militares, morreram no sábado ao protestar contra o governo, de acordo com o Comitê Central de Médicos do Sudão, uma organização sinfical de oposição. Outras 153 ficaram feridas.
Regime Bashir
Omar al-Bashir comanda o Sudão com mão de ferro desde 1989, quando deu um golpe de Estado com a ajuda de militantes islamistas. Ele é alvo de dois mandados internacionais de prisão por genocídio, crimes de guerra e crimes contra a humanidade. Ambos foram emitidos pelo Tribunal Penal Internacional, em Haia, por causa de crimes cometidos na região de Darfur.
Segundo a Organização das Nações Unidas, 300 mil pessoas morreram nessa região, localizada ao oeste de Sudão, em 2003. O conflito opôs o governo e milícias árabes, de um lado, e rebeldes não árabes separatistas, do outro.
Pobreza
O Sudão é um dos 25 países mais pobres do mundo, com uma população de 41 milhões de pessoas.
Até a independência do Sudão do Sul, a economia era fortemente dependente do petróleo, responsável por 95% das exportações e metade da arrecadação do governo. Em 2001, o Sudão perdeu a maior parte dos campos petrolíferos, que ficaram com o Sudão do Sul.
*Com informações da Agência Brasil
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