Após três dias, juiz conclui seleção dos 12 júris que vão decidir o futuro de Trump
Juan Merchan espera começar, na próxima segunda-feira (22), com as alegações do caso, antes de ouvir as testemunhas, em um processo que deve durar seis semanas
O juiz de instrução do julgamento de Donald Trump concluiu a seleção dos 12 membros do júri que vão decidir o futuro do magnata, primeiro ex-presidente dos Estados Unidos a se sentar no banco dos réus e que deseja voltar à Casa Branca. Ao retornarem hoje à sala da Suprema Corte de Manhattan, dois dos sete jurados selecionados na última terça-feira foram recusados, e o juiz teve que substituí-los, além de escolher os cinco que faltavam. Por razões de segurança, a imparcialidade e o anonimato são essenciais para definir o júri que terá a responsabilidade de selar o destino do candidato republicano nas eleições de 5 de novembro.
Após a sessão desta quinta-feira (18), o juiz Juan Merchan disse esperar que o processo seja concluído amanhã, quando ele vai selecionar os seis suplentes do júri. Um grupo de 22 candidatos vai retornar nesta sexta-feira (19) à sala para responder a um questionário de 42 perguntas sobre a sua profissão, seu local de trabalho, os jornais que leem e as redes sociais que usam, para determinar a sua inclinação política. Merchan espera começar na próxima segunda-feira (22) com as alegações do caso, antes de ouvir as testemunhas, em um processo que deve durar seis semanas. A sessão de segunda deve durar até às 14h (15h em Brasília) para acomodar as pessoas que celebram a Páscoa judaica, horário que manterá na terça-feira.
Ao fim da sessão, Trump se queixou de estar sendo afastado da campanha eleitoral por ser obrigado a participar do julgamento. Também reclamou da temperatura na sala do tribunal de Manhattan, onde ocorre o “julgamento injusto”. “Todos sabem que tenho que estar em muitos lugares fazendo campanha”, disse, acrescentando que, ao invés disso, “estou sentado aqui há dias, da manhã até a noite nessa sala gelada”, lamentou. A Promotoria de Manhattan acusa o magnata de 34 falsificações de documentos contábeis da empresa da família, a Trump Organization, para comprar o silêncio de uma ex-atriz pornô por um caso extraconjugal, para que não interferisse na campanha de 2016 que ele venceu contra a democrata Hillary Clinton.
Para ser considerado culpado, Trump, 77, que se diz inocente, precisa de um veredito unânime do júri. Merchan espera que as alegações do caso comecem na segunda-feira, antes do desfile de testemunhas, embora vá encerrar a sessão às 14h00 locais para acomodar as pessoas que celebram a Páscoa judaica, horário que manterá na terça-feira. Além do julgamento em Manhattan, Trump tem outras frentes judiciais abertas por tentar reverter os resultados eleitorais de 2020 para permanecer na Casa Branca e pelo manuseio de documentos secretos após deixar a presidência em 2021. É pouco provável, porém, que esses casos sejam julgados antes das eleições presidenciais deste ano.
*Com informações da AFP
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