Após vazamento de documentos, presidente do Chile nega envolvimento com venda de mina em offshore

Sebastián Piñera foi um dos três líderes mundiais citados no Pandora’s Papers; segundo documentos, família dele seria principal acionista de projeto vendido a empresário

  • Por Jovem Pan
  • 04/10/2021 12h38 - Atualizado em 04/10/2021 18h21
José Cruz/Agência Brasil presidente do chile sebastian pinera Presidente do Chile negou envolvimento com negociações nas Ilhas Virgens Britânicas

Por meio de nota oficial divulgada neste domingo, 3, o presidente do Chile, Sebastián Piñera respondeu sobre as acusações de envolvimento com o projeto de mineração Dominga, negociado em paraísos fiscais das Ilhas Virgens Britânicas e evidenciado pela investigação jornalística Pandora’s Papers, que acusou pelo menos 11 ex-presidentes e três chefes de Estado de envolvimento com offshores. Mesmo com a imprensa internacional apontando a família Piñera Morel como maior acionista do projeto, que teria sido vendido a um amigo do mandatário em um negócio no exterior, o presidente negou que ele tenha participado ou tido qualquer tipo de informação sobre o assunto. “É reiterado que o presidente da República não participa da administração de nenhuma empresa há mais de 12 anos, antes de assumir o seu primeiro mandato (em março de 2010)”, destacou a nota oficial emitida pelo gabinete da presidência.

“Os fatos acima mencionados já foram investigados pelo Ministério Público e pelos Tribunais de Justiça durante 2017, e o Ministério Público recomendou o arquivamento do caso devido à inexistência de um crime e à falta de participação do presidente”, argumentou o posicionamento. O gabinete de Piñera reconheceu que, no passado, a família possuiu companhias domiciliadas no Chile que tinham ações em empresas no exterior. Essas relações teriam sido relatadas às autoridades com o “cumprimento integral da lei e o pagamento de cada um dos impostos exigidos para tais investimentos”. Segundo o Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos, Piñera e sua família foram os principais acionistas da Dominga até 2010, quando o presidente esteve no cargo por nove meses em seu primeiro mandato. A venda de todas as participações acionárias da empresa teriam sido negociadas com o empresário Carlos Alberto Délano, amigo de Piñera, por US$ 152 milhões. Uma parte da transação teria sido selada com uma escritura assinada no Chile por US$ 14 milhões e outra nas Ilhas Virgens Britânicas por US$ 138 milhões.

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