Ataque de grupos rebeldes deixa ao menos 14 policiais mortos em Myanmar
Atentado é resposta à repressão violenta dos militares contra as manifestações populares
Pelo menos 14 policiais foram mortos neste sábado, 10, no nordeste de Myanmar durante um ataque coordenado por várias guerrilhas étnicas, segundo a imprensa local. O atentado, que também deixou pelo menos cinco oficiais feridos e dois desaparecidos, aconteceu no início do dia no estado de Shan, declarou uma testemunha ao portal de notícias “Irrawaddy”. Segundo a fonte, o ataque foi lançado pelos grupos rebeldes Exército Arakan, Exército de Libertação Ta’ang e Exército Nacional da Aliança Democrática, guerrilheiros étnicos que no final de março lançaram um ultimato à junta militar pela repressão brutal contra as manifestações de rejeição ao golpe de estado militar de 1º de fevereiro. Porém, até agora, nenhum grupo reivindicou a autoria.
Os três grupos armados haviam assinado uma nota oficial conjunta alertando o exército birmanês que, se a violência não parasse e se as demandas da população não fossem atendidas, colaboraria com os dissidentes nos protestos da chamada Revolução da Primavera. Os rebeldes ameaçaram anular seu acordo de cessar-fogo se o assassinato indiscriminado dos manifestantes continuasse. Pelo menos 618 pessoas foram mortas durante a brutal repressão aos protestos das forças de segurança, segundo dados verificados pela Associação de Assistência a Presos Políticos, que adverte que o número pode aumentar significativamente devido à dificuldade de corroborar os dados.
Na cidade de Bago, cerca de 70 quilômetros a noroeste de Rangum, as forças de segurança lançaram dispositivos explosivos nesta sexta-feira, 9, deixando um número ainda não confirmado de mortos e feridos. O portal de notícias também relata que neste sábado os grupos armados Exército pela Independência de Kachin e União Nacional Karen lançaram uma série de ataques contra o regime em resposta ao suposto massacre efetuado pelas autoridades em Bago. A violência das autoridades, entretanto, não intimida parte do movimento de dissidência civil, e hoje foram registrados protestos em várias cidades do país.
*Com informações da EFE
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.