Bebê recém-nascido é resgatado debaixo de escombros na Síria ainda ligado à mãe pelo cordão umbilical

Menina é a única sobrevivente de uma família em que todos os membros morreram após terremoto de magnitude 7,8 atingir o país e a Turquia

  • Por Jovem Pan
  • 07/02/2023 17h40 - Atualizado em 07/02/2023 18h52
Montagem sobre fotos: Reprodução/Twitter/@@cheesemanab e Rami al SAYED / AFP Montgaem com foto de bebê resgatado Apesar das condições em que foi encontrada, a criança passa bem e seu estado de saúde é estável

Entre as ruínas de um prédio em Jindires, cidade no noroeste da Síria duramente atingida pelo terremoto, equipes de resgate encontraram uma bebê recém-nascida sob os escombros e ainda ligado à mãe falecida pelo cordão umbilical. A menina é a única sobrevivente de uma família em que todos os membros morreram quando seu prédio de quatro andares desabou. Nesta cidade, perto da fronteira com a Turquia, as equipes de emergência encontraram os corpos de seu pai, Abdalá Mleihan, sua mãe, Aafra, suas três irmãs, seu irmão e sua tia. “Estávamos procurando por Abdalá e sua família. Primeiro encontramos sua irmã, depois sua esposa, depois Abdalá. Eles estavam juntos uns contra os outros”, disse um parente da família, Khalil Sawadi, ainda em choque. “Aí ouvimos um barulho e cavamos. Limpamos o local e encontramos essa menininha, graças a Deus”, conta.

A recém-nascida ainda tinha o cordão umbilical preso à mãe. “Cortamos, e minha prima levou o bebê para o hospital”, continua. Em um vídeo que circula nas redes sociais, um homem é visto carregando um bebê nu e coberto de poeira pelos escombros, com o cordão umbilical ainda pendurado. No frio gelado, outro joga um cobertor sobre a menina. A bebê foi levada para a cidade vizinha de Afrin, onde foi colocada em uma incubadora e recebeu vitaminas. “Ela chegou com os membros dormentes por causa do frio, sua pressão arterial estava baixa. Prestamos os primeiros socorros e a colocamos sob perfusão, porque ela ficou muito tempo sem ser alimentada”, explicou o doutor Hani Maaruf. A menina tem hematomas, mas seu estado de saúde é estável, segundo o médico. “Ela provavelmente nasceu sete horas depois do terremoto”, acrescenta. “Pesa 3,175 kg, então nasceu dentro do prazo”, diz.

Com poucos recursos, os socorristas levaram horas para remover os escombros a fim de retirar os corpos dos demais membros da família. Eles foram colocados lado a lado na casa de um parente, cobertos com lençóis, aguardando o enterro. A família fugiu da região instável de Deir Ezzor, mais ao leste, acreditando que estaria segura em Jindires, uma cidade controlada desde 2018 por forças turcas e por grupos rebeldes pró-turcos. Cerca de 50 casas desabaram nesta cidade síria, relativamente perto do epicentro do terremoto na Turquia, segundo um correspondente da AFP.

O terremoto deixou mais de 5.000 mortos na Turquia e na Síria, segundo os últimos números, que não param de aumentar. De acordo com os Capacetes Brancos, serviço de emergência que atua nas áreas rebeldes sírias, mais de 200 prédios foram destruídos neste setor. Nesta terça, este grupo implorou às organizações internacionais que ajudem essas regiões devastadas e esquecidas. “O tempo urge. Centenas de pessoas estão presas entre os escombros”, alertou.

*Com informações da AFP

 

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