Câmara do Chile aprova abertura de impeachment contra o presidente Sebastián Piñera

Se a denúncia for aprovada no Senado, o político será retirado do cargo e não poderá exercer funções públicas por cinco anos

  • Por Jovem Pan
  • 09/11/2021 11h22
EFE O presidente do Chile, Sebastian Piñera Piñera chegou a negar envolvimento com a venda e alegou que os fatos já foram investigados pela Justiça em 2017

Depois de mais de 20 horas de sessão, a Câmara dos Deputados do Chile aprovou nesta terça-feira, 9, a abertura do impeachment do presidente Sebastián Piñera. Ele é acusado de participar da venda da mineradora Dominga, em 2010, nas Ilhas Virgens, um paraíso fiscal, após a investigação internacional conhecida como “Pandora Papers”. Segundo o jornal chileno “La Nación”, a apresentação contra Piñera, feita pelo deputado Jaime Naranjo, contou com a leitura de um discurso de 1.300 páginas em defesa do afastamento. A aprovação do impeachment aconteceu com 78 votos favoráveis e, agora, o processo segue ao Senado, onde precisa do aval de dois terço dos parlamentes, ou seja, de 29 senadores que apoiem ​​a denúncia. Após a notificação da Câmara, os senadores terão de quatro a seis dias para a votação. Se a acusação for aprovada, Sebastián Piñera será retirado do cargo e não poderá exercer funções públicas por cinco anos.

As investigações do Pandora Papers revelou supostas irregularidades na venda da Minera Dominga, feita apenas nove meses após Sebastián ter assumido o cargo para o seu primeiro mandato, entre 2010 a 2014.  Segundo o Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ), a venda do empreendimento ao empresário e amigo da família presidencial, Carlos Alberto Délano, ocorreu em três parcelas, mas a última estava condicionada a que a área não fosse declarada ambientalmente protegida, decisão que dependia do presidente. Piñera chegou a negar envolvimento com a venda e alegou que os fatos já foram investigados pela Justiça em 2017. No entanto, ele não conseguiu mudar a opinião pública. Uma pesquisa mostrou que 67,7% dos entrevistados disseram “concordar totalmente” ou “concordar” com o impeachment, enquanto 14,9% “discordam totalmente” ou “discordam” e 17,5% “não concordam nem discordam”.

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