Chefe do Estado-Maior da Espanha pede demissão após furar fila da vacina

General Miguel Ángel Villarroya se justificou dizendo que o único propósito da imunização antecipada era de ‘prever a integridade, continuidade e eficácia da cadeia de comando das Forças Armadas’

  • Por Jovem Pan
  • 23/01/2021 14h00
Wikipedia General Miguel Ángel Villarroya, de 63 anos, pediu demissão depois de ser vacinado

Um escândalo diplomático atingiu a Espanha em meio a vacinação contra a Covid-19. O Chefe do Estado-Maior de Defesa do país, general Miguel Ángel Villarroya, de 63 anos, renunciou neste sábado, 23, depois da notícia de que ele e outros comandantes militares teriam sido vacinados, apesar de não fazerem parte do grupo de imunização prioritária. Segundo o jornal El País, Villarroya enviou uma carta a chefe da liderança militar pedindo sua demissão para “não prejudicar a imagem” das Forças Armadas. A ministra da Defesa, Margarita Robles, aceitou o pedido. A notícia causou desconforto a muitos militares e também ao próprio Ministério, por passar a imagem de privilégio.

Segundo o general Villarroya, ele e os outros militares tomaram o imunizante com o único propósito de “prever a integridade, continuidade e eficácia da cadeia de comando das Forças Armadas”. Na carta enviada à ministra, Villarroya completou dizendo que a atitude acabou por deteriorar a imagem dos militares e sua própria honestidade. Apesar disso, ele afirma que nunca tentou tirar proveito de privilégios e pede demissão “com a consciência limpa”.

A Espanha está vacinando seus cidadãos com o imunizante da Pfizer-BioNtech. O plano de imunização da Defesa prevê a vacinação em primeiro lugar para o pessoal de saúde militar e posteriormente para as tropas que serão enviadas para missões internacionais. Porém, uma parte dessas doses foi transferida pelos membros da cadeira de comando operacional e destinado para os generais por “serem os mais velhos”. Além do caso no departamento de Defesa, o país também enfrenta polêmicas de vacinações irregulares de prefeitos e vereadores , como os de Múrcia ou Ceuta, que foram vacinados antes do prazo.

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