Confira casos de opositores russos que foram envenenados
Navalny não é o primeiro político a passar mal após enfrentar o Kremlin com unhas e dentes
Principal opositor do presidente Vladimir Putin, o russo foi Alexei Navalny foi supostamente envenenado ao beber um chá na manhã da última quinta-feira, 20, de acordo com sua porta-voz – o vice-diretor do Hospital em Omsk, onde ele está internado, afirmou que ainda não encontrou vestígios de veneno nas análises. Navalny, no entanto, não é o primeiro político a passar mal após enfrentar o Kremlin com unhas e dentes. Abaixo, veja outros casos de políticos que ficaram em maus bocados ou até morreram em condições, no mínimo, suspeitas.
Sergei Skripal
O ex-agende duplo Sergei Skripal e sua filha, Yulia, chegaram a ser hospitalizados e ficaram em estado crítico após serem encontrados inconscientes em um banco na cidade britânica de Salisbury, no sul da Inglaterra, em 2018. Londres chegou a acusar Moscou de estar por trás desse envenenamento com Novitchok, um poderoso agente neurotóxico de concepção soviética, em resposta por sua colaboração com os serviços de inteligência britânicos.
Pyotr Verzilov
No mesmo ano, Pyotr Verzilov, ativista e editor do Mediazona (veículo de informação russo), foi levado às pressas a um hospital após perder a visão, o olfato e a mobilidade repentinamente. Levado à Alemanha dias depois, ele recebeu a informação de médicos de que havia sido investigado. Até hoje, não se tem suspeitas de quem cometeu tal crime.
Vladimir Kara-Murza Jr.
Um dos principais inimigos políticos de Putin, Vladimir Kara-Murza Jr. foi alvo de dois ataques. Em 2015, ele quase veio à óbito após ter aumento da pressão sanguínea, suar muito, vomitar e perder a consciência… tudo isso em 20 minutos. Dois anos depois, ele foi envenenado novamente e sofreu sintomas parecidos. A Rússia negou qualquer envolvimento com o envenenamento de Kara-Murza.
Alexander Litvinenko
Quando o assunto é envenenamento na Rússia, o nome de Alexander Litvinenko é um dos mais lembrados. Ex-agente do Serviço Federal de Segurança russo (FSB, sucessor da KGB), ele morreu em 23 de novembro de 2006. O ex-espião russo e crítico do presidente Vladimir Putin passou seis anos no exílio na Grã-Bretanha quando foi envenenado por chá misturado com o isótopo radioativo polônio-210. Um inquérito britânico concluiu 10 anos depois que Putin “provavelmente” aprovou o assassinato de Litvinenko. O Kremlin negou envolvimento.
Anna Politkovskaya
A russa Anna Politkovskaya foi um jornalista investigativa que tinha como principal alvo o governo de Vladimir Putin, cobrindo de perto a guerra brutal da Rússia contra os separatistas na Tchetchênia. Em 2004, ela passou mal após tomar um chá, sendo vítima de envenenamento. Politkovskaya sobreviveu e continuou atuando na área, mas acabou sendo assassinada a tiros dois anos mais tarde, quando voltava para casa após fazer compras. Em 2014, cinco homens foram presos pelo crime, embora ninguém tenha sido condenado por ordenar o assassinato.
Yury Shchekochikhin
Shchekochikhin foi outro jornalista investigativo que morreu de maneira suspeita. Em 2003, o russo sofreu de sintomas de uma reação alérgica grave e morreu dias antes de planejar se encontrar com investigadores do FBI nos Estados Unidos. Colegas de imprensa afirmaram, na época, que ele foi envenenado.
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