Coreia do Norte classifica discurso de Trump como “declaração de guerra”

  • Por EFE
  • 15/11/2017 12h05
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EFE/CHUNG SUNG-JUN/POOL Donald Trump discursa na Assembleia Geral de Seul na quarta-feira passada, último dia 8

A Coreia do Norte qualificou nesta quarta-feira (15) como uma “declaração de guerra” o duro discurso do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, durante sua visita na semana passada a Seul, no qual criticou as condições de vida dos norte-coreanos.

“Os imprudentes comentários soltos por Trump durante sua excursão não podem ser vistos de outra maneira que como a confirmação da hostilidade da Casa Branca contra a RPDC (sigla da República Popular Democrática da Coreia, nome oficial da Coreia do Norte), e como uma declaração de guerra”, afirmou hoje o “Rodong Sinmun”, principal jornal do país.

O texto, que classifica o presidente americano como “depravado” e “velho escravo do dinheiro”, assegura que este “foi ridículo ao manipular a realidade” e “soltar todo tipo de maldições contra nós”, durante seu discurso de 22 minutos na Assembleia Nacional de Seul no último dia 8 de novembro.

Durante uma intervenção especialmente dura, o presidente americano denunciou as violações de direitos humanos na Coreia do Norte e se dirigiu ao líder norte-coreano, Kim Jong-un, para dizer-lhe que, se o seu avô – Kim Il-sung – buscava criar um paraíso, “o país acabou se transformando no inferno”.

Apesar do ataque direto, Pyongyang não respondeu às suas palavras até um dia depois que Trump pusesse ponto final a uma extensa excursão pela Ásia, que lhe levou também a Japão, China, Vietnã e Filipinas.

Neste sentido, o artigo do “Rodong” assegura que Pyongyang “observou com paciência os ridículos atos de Trump até o final”.

O texto destaca ainda que o líder da Casa Branca foi condenado à morte na Coreia do Norte por vários crimes como “profanar a dignidade” do regime e por “soltar toneladas de lixo para pintar de maneira muito obscura a vida feliz dos moradores da Coreia”.

A visita de Trump à Ásia esteve muito marcada pelas tensões com a Coreia do Norte e a chamada à comunidade internacional para que esteja unida na hora de condenar e pressionar o regime de Pyongyang para que ponha fim ao seu programa nuclear e de mísseis.

As referências do político republicano à Coreia do Norte foram constantes e inclusive chegou a chamar Kim Jong-un de “gordo e baixinho”, sem que os meios de comunicação oficiais de Pyongyang tenham respondido até agora a essas declarações.

Após um ano de repetidos testes de mísseis, a Coreia do Norte não lança um único projétil desde 15 de setembro, quando disparou um míssil de alcance médio que sobrevoou o Japão.

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