Coreia do Norte rechaça diálogo e enviará tropas à fronteira com Coreia do Sul
A Coreia do Norte rejeitou publicamente as tentativas de diálogo da Coreia do Sul e anunciou nesta quarta-feira (17) que voltará a enviar tropas para áreas de fronteira que haviam sido desmilitarizadas após acordo em 2018.
Em comunicado divulgado pela agência estatal de notícias KCNA, Kim Yo-jong, irmã do líder Kim Jong-un, disse que o regime rechaça o envio de representantes sul-coreanos a seu território para um diálogo.
“(Kim Yo-jong) anunciou nossa posição de que rejeitamos a proposta sinistra e sem tato”, diz o comunicado lido pela agência estatal.
Em declaração também divulgada pela “KCNA”, a própria Kim chamou de “repugnante” um discurso feito na segunda-feira (15) pelo presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, no 20º aniversário da primeira cúpula entre as duas Coreias e no qual pediu aos vizinhos do norte para que não voltem atrás na aproximação.
A irmã do líder norte-coreano declarou que o discurso não incluiu um pedido de desculpas pelo envio de panfletos de propaganda contra o regime de Kim Jong-un por parte de ativistas sul-coreanos, razão pela qual a Coreia do Norte alegou ter optado por retomar uma atitude beligerante em relação ao país vizinho.
Essas palavras de Kim Yo-jong, assim como os planos de remilitarização da fronteira, reforçam a intenção de Pyongyang de não querer aliviar tensões. Nesta terça-feira (16), a Coreia do Norte destruiu um escritório intercoreano que ficava próximo à fronteira com a vizinha do sul.
A liderança militar norte-coreana vai enviar tropas para a área ao redor da cidade de Kaesong, no sudoeste do país, e do Monte Kumgang, no sudeste, ao longo da fronteira que separa as Coreias.
As duas regiões fronteiriças, símbolos de uma cooperação agora suspensa, foram desmilitarizadas com base em um acordo assinado por ambos os países na cúpula realizada em setembro de 2018 em Pyongyang.
A Coreia do Norte também disse que vai reativar postos de guarda de fronteira e reiniciar “todos os tipos de exercícios militares” perto do país vizinho.
*Com EFE
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