Casos de coronavírus em NY dobram a cada 3 dias e chegam a 26 mil
Governador criticou declaração de Trump sobre retorno do comércio: ‘Não estamos dispostos a sacrificar 1 ou 2% da população’
O governador de Nova York, Andrew Cuomo, informou nesta terça-feira (24) que o número de casos de coronavírus no estado, o epicentro da pandemia nos Estados Unidos, chegou a 25.665. Ele comparou o avanço da Covid-19 a um trem-bala.
“Um dos analistas me disse: estávamos vendo um trem de carga vindo diretamente para o país e agora vemos que é um trem-bala, porque é assim que os números estão aumentando”, explicou em entrevista coletiva.
Cuomo advertiu que o pico máximo será maior do que o esperado e também que chegará mais cedo, daqui a duas ou três semanas. Além disso, reforçou o pedido de ajuda ao governo federal.
De acordo com dados atualizados por ele, o número de casos dobra a cada três dias e há 25.665 pessoas em todo o estado que deram positivo para o coronavírus, incluindo cerca de 3,2 mil hospitalizadas, e das quais cerca de 750 requerem cuidados intensivos. Já houve 210 mortes.
“Atualmente, as vagas em hospitais (no estado de Nova York) estão em 53 mil leitos, mais 3 mil leitos de UTI. O que antecipamos agora para o pico da curva é que vamos precisar de 140 mil leitos comuns e cerca de 40 mil de UTI. Estes são números astronômicos e preocupantes, superiores aos anteriormente projetados. Estamos colocando em prática agressivamente todas as possibilidades”, disse o governador.
Respiradores
Cuomo também salientou que os respiradores fazem a diferença entre a vida e a morte e afirmou que o estado obteve 7 mil unidades, mas precisa de cerca de 30 mil. Por isso, pediu ao governo de Donald Trump que desbloqueie 20 mil que o Departamento de Saúde tem armazenados em reserva, além de usar a Lei de Produção Defensiva para ordenar às empresas que fabriquem o produto para que não tenham de depender de ofertas.
O governador anunciou que nesta terça-feira os hospitais começariam um novo tratamento com cloroquina, depois que o governo Trump acelerou o processo de liberação. Soma-se a isso a liberação de injeções de plasma, bem como um novo método de teste para saber se há anticorpos no sangue, que, assumindo que envolve imunidade, permitiria que funcionários do setor de saúde e do setor privado retornassem ao trabalho.
Pedido de calma
Apesar dos números preocupantes, o governador pediu calma e declarou que o coronavírus não é um grande problema para 98% da população, apenas para pessoas vulneráveis. No entanto, retrucou a declaração de Trump sobre um relativo retorno à normalidade para evitar um impacto na economia.
“Não estamos dispostos a sacrificar 1 ou 2% da população, nós não somos assim. Vamos lutar de todas as maneiras para salvar todas as vidas, é isto que é ser americano. Que 1 a 2% é Matilda (sua mãe), Sally, Sara ou um tio. Eles são amados, e eu não vou desistir. Minha mãe não é dispensável, a mãe de ninguém é dispensável. Nós não vamos colocar um preço na vida humana”, encerrou.
* Com EFE
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