Corpos de vítimas da Covid-19 estão há meses em frigoríficos em Nova York

Os cerca de 650 cadáveres são de parentes de famílias que não puderam pagar por um enterro adequado ou que não foram nem mesmo localizadas

  • Por Jovem Pan
  • 23/11/2020 13h05 - Atualizado em 23/11/2020 13h26
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EFE/EPA/JUSTIN LANE Os corpos não identificados das vítimas das Covid-19 em Nova York são levados para caminhões refrigerados no Brooklyn

Cerca de 650 corpos de vítimas da Covid-19 estão armazenados desde abril em caminhões frigoríficos estacionados no bairro do Brooklyn, em Nova York. A denúncia foi feita pelo jornal norte-americano The Wall Street Journal neste domingo, 22, como um exemplo de como os Estados Unidos estão falhando em lidar adequadamente com a pandemia. Segundo as autoridades locais, muitos dos cadáveres são de parentes de famílias que não puderam pagar por um enterro adequado ou que não foram nem mesmo localizadas. A reportagem aponta que os investigadores forenses da cidade estavam preparados para identificar cerca de 20 corpos por dia. Como o número de mortes por coronavírus chegou a ser de 200 a cada 24 horas em Nova York, o trabalho acabou atrasando e alguns familiares só ficam sabendo do falecimento de seus entes queridos semanas ou até meses depois. Além disso, os funcionários enfrentam dificuldades adicionais para localizar parentes porque, em alguns casos, eles próprios também foram vítimas da Covid-19.

Antes da pandemia de coronavírus, os corpos não reclamados eram enterrados na Ilha Hart, localizada no bairro do Bronx. No entanto, o prefeito de Nova York, Bill de Blasio, proibiu os enterros em massa enquanto a prefeitura pensava de um destino específico para os restos mortais das vítimas da Covid-19. Nesse meio tempo, entre março e abril, foi criado o necrotério com caminhões frigoríficos para dar vasão a todos os falecidos pelo coronavírus. A instalação deve continuar em funcionamento até o fim da pandemia. A cidade de Nova York chegou a aumentar a assistência funerária de US$ 900 para US$ 1700, mas ainda assim os custos são elevados para algumas famílias. Segundo levantamento feito pela Universidade Johns Hopkins, até agora 34 mil pessoas morreram na cidade.

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