Covid-19: Vacina indiana Covaxin tem 78% de eficácia e funciona contra variantes

Em relação aos casos graves, a proteção é de 100%; estudo de fase 3 envolveu 25.800 participantes entre 18 e 98 anos, incluindo 10% acima dos 60 anos

  • Por Jovem Pan
  • 21/04/2021 16h14
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Naveen Sharma / SOPA Images/Sipa USA/Reuters Mulher de jaleco branco e máscara azul, com cabelos pretos presos, olhos delineados de preto e marca vermelha no centro da testa segura com a mão esquerda um pequeno frasco com a vacina covaxin Dados da eficácia da Covaxin foram divulgados com base em estudo feito na índia

Os fabricantes da vacina Covaxin afirmaram nesta quarta-feira, 21, a partir de estudos de fase 3, que o imunizante contra a Covid-19 apresenta 78% de eficácia geral, segundo dados preliminares, e 100% de eficácia para evitar casos graves da doença. “Estou muito satisfeito em afirmar que a Covaxin teve uma eficácia de 78% na segunda análise provisória”, disse Balram Bhargava, chefe do Conselho Indiano de Pesquisa Médica, que criou a vacina com a Bharat Biotech. O estudo de fase 3 envolveu 25.800 participantes entre 18 e 98 anos, incluindo 10% acima dos 60 anos, com a análise sendo conduzida 14 dias após a segunda dose. O resultado preliminar apontou que a Covaxin teve impacto na redução de hospitalizações por Covid-19.

“Também estou contente porque a Covaxin mostrou que funciona bem contra as variantes do Sars-CoV2. Os dados reforçam que a nossa vacina pode ser também um imunizante global”, comentou o professor Bhargava, reforçando que a expectativa é que em junho sejam publicados os resultados finais de eficácia e segurança. A Covaxin é a única vacina contra a Covid-19 desenvolvida internamente na Índia e mais de 60 países já demonstraram interesse em adquirir o imunizante, incluindo o Brasil. O governo federal já comprou 20 milhões de doses do imunizante, por cerca de US$ 14 cada unidade. No total, o negócio é de R$ 1,6 bilhão, mas o pagamento só será feito após a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) liberar o uso do produto, o que ainda não ocorreu.

No final de março, a Diretoria Colegiada da Anvisa rejeitou a solicitação do Ministério da Saúde para autorização excepcional e temporária para importação e distribuição da vacina Covaxin/BBV152. “Os dados apresentados não fornecem informações para sabermos a qualidade e eficácia da vacina contra a Covid-19. Não conseguiu demonstrar que o produto cumpriu o requisito de lei. O importador não apresentou todos os documentos necessários”, explicou o relator Alex Machado Campos, diretor da Anvisa. Até então, a Anvisa só tinha em mãos dados da primeira análise, divulgada no início de março, que havia mostrado uma taxa de eficácia de 81%. Na ocasião, o estudo foi baseado em 43 pacientes com coronavírus que apresentaram sintomas que variavam de leve a moderado e grave. Do total, 36 eram do grupo placebo, enquanto sete eram daqueles que receberam a vacina.

A notícia da eficácia da Covaxin chega em um momento em que o quadro da Covid-19 continua bastante grave na Índia. De acordo com a imprensa local, o país registrou nas últimas 24 horas seu recorde de 2.023 mortes pela doença, com quase 300 mil novas infecções nesta quarta-feira, 21, também um recorde, segundo o jornal The Times of India. O país ainda enfrentou um episódio de vazamento de um tanque de oxigênio em um hospital, o que resultou na morte de 22 pacientes na cidade de Nashik.

* Com informações do Estadão Conteúdo e agências internacionais

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