Crise na Venezuela: 162 militares desertaram para Brasil e Colômbia

  • Por Jovem Pan
  • 25/02/2019 13h36
EFE Fim de semana foi marcado por conflitos na região de fronteira

Ao menos 162 militares venezuelanos abandonaram cargos nas Forças Armadas e fugiram para o Brasil e a Colômbia desde o último sábado (23), quando agentes da Guarda Nacional Bolivariana montaram cordões de isolamento na fronteira da Venezuela com os dois países, com o objetivo de impedir a entrada de ajuda humanitária internacional.

Das deserções, 156 foram registradas nas passagens que ligam regiões venezuelanas aos estados colombianos de Norte Santander e Arauca, que receberam 146 e dez militares. Em Pacaraima (RR), no Brasil, buscaram proteção seis sargentos das Forças Armadas do país vizinho. No fim de semana, opositores foram reprimidos com violência.

Os casos mais recentes foram registrados nesta segunda-feira (25), quando três sargentos da Força Armada Nacional Bolivariana desertaram e fugiram da Venezuela para o Brasil. Eles vieram por trilhas na vegetação rasteira, conhecida na região como “lavrado”, e foram encontrados por uma patrulha do Exército brasileiro que inspecionava a área.

Um dos desertores apresentava sinais de desidratação, com enrijecimento muscular. No domingo (24), três membros da guarda também entraram no Brasil depois de deixarem cargos, descontentes com a gestão da crise por Caracas e com a situação geral do país. “Nos quartéis militares, não há comida. Não tem colchões. Nós, sargentos da Guarda Nacional, estamos dormindo no chão”, contou o sargento Carlos Eduardo Zapata.

Oficialmente, a fronteira venezuelana com o Brasil continua fechada desde quinta (21) por decreto do ditador Nicolás Maduro. A passagem com a Colômbia foi totalmente bloqueada na noite de sexta (22), após a realização do Venezuela Live Aid em Cúcuta, cujo objetivo é arrecadar US$ 100 milhões em 60 dias para fornecer ajudar venezuelanos.

*Com informações do Estadão Conteúdo

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