Departamento de Justiça dos EUA discutiu deposição de Trump após chefe do FBI ser demitido

  • Por Jovem Pan
  • 14/02/2019 20h27
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EFE Trump poderia ser vítima da 25ª emenda, que trata sobre retirada de presidentes do poder

Integrantes do alto escalação do Departamento de Justiça dos Estados Unidos discutiram depor o presidente do país, Donald Trump, após a demissão de James Comey da direção do FBI, em maio de 2017. Conversas sobre possível invocação da 25ª emenda constitucional foram reveladas por Andrew McCabe, que ocupou o comando interino do órgão.

Comeu concedeu entrevista à emissora americana CBS, ainda não exibida na rede de TV. Em trecho antecipado do programa “60 minutes”, o jornalista Scott Pelley afirma que McCabe confirmou que o secretário-adjunto do Departamento de Justiça, Rod Rosenstein, sugeriu usar uma escuta em reuniões em que ele estivesse com Trump.

Andrew McCabe, também ex-vice-diretor do FBI, também afirmou que autoridades do órgão discutiram recrutar membros do gabinete para invocar emenda que prevê a remoção do presidente em caso de incapacidade de exercer o poder. De acordo com o jornalista, “uma maioria do gabinete poderia ser convencida a remover” Trump.

McCabe ainda afirmou que decidiu abrir investigação contra Trump por obstrução à Justiça por temer ser demitido antes que avançasse o chamado “Caso Rússia”, que tenta descobrir se houve conluio entre a campanha republicana e o Kremlin nas eleições de 2016.

“Preocupava-me muito deixar o caso sobre a Rússia com base absolutamente consolidada para que, caso me demitissem, não pudessem encerrá-lo ou fazê-lo desaparecer sem deixar rastros”, disse o ex-chefe do FBI na entrevista à CBS. Posteriormente, o “caso Rússia” passou para as mãos do promotor especial Robert Mueller. McCabe acabou demitido em março de 2018. Segundo ele, foi uma tentativa de desacreditá-lo como testemunha.

Trump reagiu com fúria à entrevista de McCabe e afirmou no Twitter que o ex-vice-diretor do FBI se “finge de anjinho” quando, na verdade, é “um ator no ‘caso Rússia’, uma marionete de James Comey” e figura ligada à democrata Hillary Clinton. “A esposa de McCabe recebeu muitos dólares das pessoas de Hillary pela campanha e ele fez vista grossa para ela. McCabe é uma vergonha para o FBI, uma vergonha para o nosso país.”

O Departamento de Justiça considerou como “imprecisas” as afirmações de McCabe. Em comunicado, o órgão afirmou que Rosenstein nunca autorizou qualquer gravação do presidente e que o secretário-adjunto não acredita haver bases para invocar a 25ª emenda da Constituição contra Trump, que deve buscar reeleição em breve.

*Com informações da EFE

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