Egito autoriza entrada de 20 caminhões de ajuda humanitária em Gaza, diz Biden

Mais cedo no mesmo dia, Israel havia anunciado que autorizaria o envio de comida, água e remédios pela passagem fronteiriça de Rafah após pedido do presidente norte-americano

  • Por Jovem Pan
  • 18/10/2023 18h48 - Atualizado em 18/10/2023 21h49
  • BlueSky
Miriam Alster / POOL / AFP Joe Biden Em visita a Israel, Biden negociou com os governos egípcio e israelense em meio a conflito no Oriente Médio

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou nesta quarta-feira, 18, que o governo egípcio autorizou a entrada de 20 caminhões com ajuda humanitária na Faixa de Gaza através da passagem fronteiriça de Rafah. O Egito “aceitou (…) deixar passar 20 caminhões para começar”, disse Biden após falar por telefone com seu contraparte egípcio, ao concluir uma visita-relâmpago a Israel, onde reafirmou o apoio a seu principal aliado no Oriente Médio, após a ofensiva letal do grupo islamita palestino Hamas contra o território israelense em 7 de outubro. É provável que o carregamento não cruze a fronteira até a sexta-feira, 20, já que a estrada que margeia a passagem humanitária necessita de reparos, detalhou Biden. O presidente americano acrescentou que as Nações Unidas distribuirão a ajuda assim que ela chegar ao empobrecido território de 2,4 milhões de habitantes, bombardeado por Israel em represália ao ataque do Hamas. Mas advertiu que “se o Hamas a confiscar, não vai deixá-la passar (…) Então, terminará”.

Mais cedo no mesmo dia, Israel anunciou que iria autorizar o envio de “comida, água e remédios” do Egito para Faixa de Gaza, que os israelenses bloquearam em resposta ao ataque letal lançado em 7 de outubro a partir do enclave palestino pelo movimento islamita Hamas. “Diante do pedido do presidente [dos EUA, Joe] Biden, Israel não impedirá o envio de ajuda humanitária pelo Egito”, indicou o gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, acrescentando que a autorização valerá “na medida em que o abastecimento não chegue ao Hamas”, que governa Gaza. Em um comunicado, Israel detalhou que não autorizará a entrada de ajuda humanitária até que o enclave palestino liberte os 199 reféns sequestrados em 7 de outubro.

Nesta quarta-feira, Netanyahu se reuniu em Tel Aviv com Biden, que afirmou que a libertação destas pessoas raptadas era a “maior prioridade”. O Hamas afirma que entre “200 e 250” reféns estão detidos na Faixa de Gaza e 22 deles morreram nos bombardeios israelenses contra o enclave. O presidente americano confirmou que Israel autorizou a entrada de ajuda humanitária em Gaza através do Egito “o mais rápido possível” e acrescentou que Washington está trabalhando com seus parceiros para fazer “os caminhões cruzarem a fronteira” de forma rápida. Biden também anunciou que ao longo da semana pedirá uma ajuda “sem precedentes” à Israel no Congresso americano e aconselhou o país a evitar os “erros” cometidos por Washington depois dos atentados de 11 de setembro de 2001 devido à “raiva”. “Peço-lhes que enquanto sentirem essa raiva, não se deixem consumir por ela. Depois do 11 de setembro, sentimos raiva nos Estados Unidos. E enquanto buscávamos justiça e conseguíssemos justiça, também cometemos erros”, alertou. O presidente dos Estados Unidos afirmou que a guerra atual, desencadeada pelo ataque do Hamas a Israel, reforçou o seu apoio a uma solução de dois Estados, um israelense e outro palestino.

*Com informações da agência AFP

 

  • BlueSky

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.