Eleições no Reino Unido: como funciona, o que mostram as pesquisas e quem pode votar
Britânicos vão às urnas no dia 4 de julho; essa será a primeira eleição legislativa desde 2019
No dia 4 de julho os britânicos vão às urnas nas eleições legislativas que vão decidir quem será o nome primeiro-ministro. O trabalhista Keir Starmer, um renomado ex-advogado especializado em direitos humanos que também foi diretor do Ministério Público de Inglaterra e de Gales, é o grande favorito para se tornar o próximo primeiro-ministro britânico, segundo as pesquisas. O primeiro-ministro Rishi Sunak, 44 anos, tentará ser eleito pela primeira vez por voto popular: ele chegou ao cargo em outubro de 2022 por designação dos deputados conservadores. Contudo, ele aparece atrás nas pesquisas eleitorais, que apontam uma derrota dos conservadores depois de 14 anos no poder. As eleições foram convocadas pelo primeiro-ministro conservador Rishi Sunak que recebeu o aval do Rei Charles III para dissolver o Parlamento. O anúncio marcou o início de cinco semanas de campanha. Os deputados em fim de mandato perderam seu status e tiveram que se candidatar novamente para manter o posto. O governo entrou em um “período pré-eleitoral”, denominado “purdah”, que restringe qualquer decisão até a nomeação do próximo Executivo.
Essas são as primeiras eleições desde dezembro de 2019, e os britânicos podem ter o quarto primeiro-ministro em um intervalo de menos de dois anos. Isso porque, os conservadores, liderados por Boris Johnson, foram os vencedores com ampla vantagem sobre o Partido Trabalhista então, contudo ele deixou o cargo em 2022 após uma série de escândalos. Johnson foi substituído em Downing Street pela efêmera Liz Truss, que durante seus 49 dias no poder semeou confusão nos mercados financeiros com anúncios de cortes de impostos não financiados, antes de ser substituída em 25 de outubro de 2022 por Rishi Sunak. No mandato de Truss, rainha Elizabeth II morreu, em 8 de setembro de 2022.
Como funcionam as eleições?
O Reino Unido, composto por Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte, é dividido em 650 circunscrições eleitorais parlamentares. Em cada uma delas, os eleitores votam no candidato de sua preferência. As eleições têm apenas um turno e quem obtiver mais votos é eleito parlamentar pela circunscrição eleitoral. Se um partido obtiver uma maioria de pelo menos 326 assentos, forma o governo e o seu líder torna-se primeiro-ministro. Se nenhum partido atingir essa cota, o partido político que obtiver mais deputados forma uma coligação, como o Partido Conservador fez com os Liberais Democratas em 2010. O partido em segundo lugar passa a ser o principal grupo de oposição.
Pesquisas apontam vitória da esquerda
O Partido Trabalhista, longe do poder desde 2010, está à frente nas pesquisas há dois anos. As pesquisas indicam uma ampla vantagem trabalhista, com intenções de voto que variam entre 40% e 48%, sobre um partido conservador com índices muito baixos, de cerca de 20%, o que arrisca até mesmo sua posição como segundo mais votado, ameaçado pela extrema direita. O partido de direita Reform UK, liderado pelo eurocético Nigel Farage, já supera os 15% em algumas pesquisas. Este declínio conservador parece mais ligado à crise econômica e às divisões internas do partido, com cinco primeiros-ministros desde o referendo do Brexit em 2016, do que ao entusiasmo pelas medidas propostas pelos trabalhistas. Se as pesquisas estiverem certas, o líder trabalhista Keir Starmer, ex-advogado, será o primeiro-ministro, apoiado pela maioria absoluta do seu partido.
*Com informações da AFP
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.