Envolvido em escândalo nos EUA, ex-promotor ucraniano pede cargo de volta
O ex-procurador-geral da Ucrânia, Viktor Shokin, um dos personagens no julgamento político aberto nos Estados Unidos contra o presidente Donald Trump, recorreu à Suprema Corte do país do Leste Europeu para que seja restituído no cargo, segundo informa a imprensa ucraniana nesta quinta-feira (26).
De acordo com dos representantes de Shokin, o tribunal avaliará o caso no próximo dia 3 de outubro. Shokin afirma que sua demissão, oficializada em fevereiro de 2016 pelo legislativo do país e arquitetada pelo então presidente ucraniano, Petro Poroshenko, foi ilegal.
Poroshenko, que deixou a presidência em abril, destituiu Shokin por não combater a corrupção no país.
A notícia vem à tona depois que a Casa Branca divulgou a transcrição da conversa telefônica entre Trump e o atual presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, que atualmente está nos EUA. A conversa aconteceu em julho deste ano.
A transcrição foi divulgada depois que a presidente da Câmara dos Representantes, a democrata Nancy Pelosi, anunciou na última terça-feira que seu partido abrirá uma investigação para um julgamento político contra Trump por “trair a segurança nacional”. Trump afirmou, nesta quinta, que Pelosi foi “sequestrada pela esquerda radical”, se referindo aos Democratas;
Na conversa telefônica, Trump pediu a Zelenski várias vezes que investigasse Hunter Biden, o filho do ex-vice-presidente Joe Biden.
Aparentemente, em 2016, o então vice-presidente de Barack Obama teria ameaçado Poroshenko em cortar US$ 1 bilhão em garantias de empréstimos à Kiev caso Shokin não fosse demitido.
O ex-procurador-geral tinha aberto várias investigações contra o oligarca Mykola Zlochevski, proprietário da companhia de gás Burisma, de que Hunter Biden fazia parte do conselho de administração.
Na transcrição propriamente, os presidentes dos EUA e Ucrânia não mencionam Shokin por nome ou sobrenome, embora Trump lhe descreve como um homem “muito bom”, que foi demitido injustamente.
Em entrevista à imprensa ucraniana, Shokin afirmou na época que devido Biden ter pressionado a Poroshenko depois de um registro da sede da Burisma, a investigação foi dificultada.
Zelenski, que se reuniu ontem com Trump em Nova York, negou ter pressionado alguém de seu país para que investigasse Biden.
*Com informações da EFE
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