Estados Unidos, Otan e Ucrânia reagem à ordem de Putin de colocar forças nucleares em alerta

Presidente russo atribuiu sua decisão às sanções que os países ocidentais têm imposto à Rússia em meio ao conflito com a Ucrânia

  • Por Jovem Pan
  • 27/02/2022 13h16
Sergey BOBOK / AFP Forças ucranianas testam lançador de granadas automático retirado de um veículo de infantaria russo que foi destruído Forças ucranianas testam lançador de granadas automático retirado de um veículo de infantaria russo que foi destruído

Após o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ordenar que as “forças de dissuasão” do Exército russo fiquem em alerta, os Estados Unidos, a Otan e a Ucrânia repudiaram a medida. De acordo com meios de comunicação russos, essas forças estratégicas são entendidas como uso de armas nucleares. Durante o anúncio da determinação, Putin criticou as ações que os países ocidentais estão impondo sob a Rússia e as classificou como ‘hostis’. Diante disso, o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia afirmou que Kiev não vai ceder nas negociações com a Rússia, acusando Putin de tentar aumentar a “pressão”. “Não vamos nos render, não vamos capitular, não vamos desistir de um único centímetro de nosso território”, declarou Dmytro Kuleba em uma coletiva de imprensa transmitida online.

Os Estados Unidos, por sua vez, afirmaram que Putin está “fabricando ameaças”. “Este é um padrão do presidente Putin que temos visto ao longo deste conflito, que está fabricando ameaças que não existem para justificar novas agressões”, disse a secretária de imprensa da Casa Branca, Jen Psaki, ao canal ABC. Enquanto isso, a embaixadora de Washington na ONU, Linda Thomas-Greenfield, condenou veementemente o alerta das forças de dissuasão nuclear russas. “Significa que o presidente Putin continua intensificando essa guerra de uma maneira totalmente inaceitável”, reagiu ela em entrevista à CBS.

Para a Otan, o alerta russo é “irresponsável”. “Esta é uma retórica perigosa. Este é um comportamento irresponsável”, disse o secretário-geral da aliança, Jens Stoltenberg, à CNN Internacional. “E, é claro, se você combinar essa retórica com o que eles estão fazendo na Ucrânia, travando uma guerra contra a nação soberana independente, conduzindo uma invasão total da Ucrânia, isso aumenta a gravidade da situação”, adicionou. As tensões internacionais já aumentaram com a invasão da Ucrânia pela Rússia e a ordem de Putin pode causar ainda mais alarme.

Moscou possui o segundo maior arsenal de armas nucleares do mundo e um enorme arsenal de mísseis balísticos que formam a espinha dorsal das forças de dissuasão do país. “Eles veem que os países ocidentais não são apenas hostis ao nosso país no campo econômico, quero dizer as sanções ilegítimas”, acrescentou, em um discurso televisionado. “Oficiais seniores dos principais países da Otan também permitem declarações agressivas contra nosso país”, disse ele. O presidente russo ordenou a invasão da Ucrânia na manhã desta quinta-feira. Desde então, tropas entraram no país pelo norte, leste e sul, mas enfrentaram forte resistência das tropas ucranianas. Autoridades ucranianas dizem que algumas tropas russas estão desmoralizadas e exaustas, dizendo que dezenas se renderam.

*Com informações da AFP

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