EUA propõem ao Irã retomada das negociações sobre acordo nuclear

O objetivo é recuperar o tratado que foi rompido em 2018 pelo ex-presidente Donald Trump, que impôs sanções ao país do Oriente Médio

  • Por Jovem Pan
  • 19/02/2021 10h46
EFE/EPA/ABEDIN TAHERKENAREH As relações entre o Irã e os Estados Unidos ficaram especialmente abaladas durante o mandato do ex-presidente Donald Trump

Os Estados Unidos sinalizaram formalmente o seu interesse de retomar as negociações com o Irã sobre o acordo nuclear. Nesta quinta-feira, 18, o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, se reuniu por videoconferência com os ministros das Relações Exteriores da França, Jean-Yves Le Drian, do Reino Unido, Dominic Raab, e da Alemanha, Heiko Maas, para pedir que a república islâmica respeite o limite de enriquecimento de urânio e permita que a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) inspecione as suas instalações atômicas. O tratado de 2015 também foi assinado pela Rússia e pela China, além dos demais países da União Europeia, cujos representantes não participaram da reunião. A iniciativa está relacionada à chegada de Joe Biden na Casa Branca e ao seu desejo expresso durante a campanha eleitoral de reintegrar os Estados Unidos ao acordo, que foi rompido pelo ex-presidente Donald Trump em 2018. Desde então, o Irã respondeu às sanções econômicas realizando atividades nucleares que vão além do permitido e agora está ameaçando barrar as inspeções das organizações internacionais.

Nas últimas semanas, os Estados Unidos e o Irã já vem disputando quem deve voltar a cumprir o acordo nuclear primeiro. No dia 7 de fevereiro, o presidente Joe Biden afirmou que não suspenderia as sanções econômicas enquanto o país do Oriente Médio não parasse de enriquecer urânio, o que impediria a nação de desenvolver armas nucleares. No mesmo dia, o líder supremo Ali Khamenei alertou que só voltaria a respeitar os limites estabelecidos no tratado quando as sanções fossem derrubadas. O ministro das Relações Exteriores do Irã, Javad Zarif, repetiu esse discurso nesta sexta-feira, 19. Através do seu perfil no Twitter, ele afirmou que o país “anulará imediatamente” suas medidas de represália se os Estados Unidos “retirarem sem condições todas as sanções impostas, reimpostas ou rebatizadas por Trump”.

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