EUA retiram tropas de base aérea e se aproximam da saída total do Afeganistão
Prazo máximo para que todos os soldados deixem o país, ocupado em 2001 após o atentado das Torres Gêmeas, é o dia 11 de setembro
Com o compromisso de sair totalmente do Afeganistão em 11 de setembro, os Estados Unidos se anteciparam e retiraram na noite desta quinta-feira, 2, centenas de tropas da maior base aérea do país, em Bagram. Em entrevista a agências internacionais, autoridades informaram que a retirada foi feita sem qualquer cerimônia pública após um acordo com o Talibã. O terreno da base aérea, símbolo de uma guerra custosa que durou quase duas décadas após o ataque às Torres Gêmeas, será mantido e deve ser “devolvido” ao país em uma cerimônia oficial. A maior parte dos 2,5 mil soldados restantes no país — que chegou a ter mais de 100 mil oficiais em combate na década de 2010 — deve voltar para casa antes do feriado da independência dos EUA, mas algumas centenas devem ficar no país com a missão de guardar a embaixada.
Apesar de ser concretizada por Joe Biden, a retirada de tropas norte-americanas do Afeganistão foi articulada pelo governo de Donald Trump em um acordo assinado no Catar em fevereiro de 2020. Na ocasião, o secretário Mike Pompeo e o líder do Talibã, Abdul Ghani Baradar, concordaram que quase cinco mil dos 13 mil soldados que ainda ocupavam a área seriam retirados do local se o país do Oriente Médio se comprometesse a não virar um lar para grupos terroristas. A Organização das Nações Unidas estima que entre 30 mil e 60 mil civis tenham morrido nos anos de combate. Os EUA perderam pouco mais de 2 mil soldados. Em 2019, o Pentágono estimava que o custo das operações militares no país tinha sido de US$ 776 milhões (mais de R$ 3,8 bilhões).
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