Ex-aliado de Hugo Chávez, general venezuelano morre de Covid-19 na prisão

Raúl Isaías Baduel foi considerado o artífice do retorno do ex-presidente ao poder após o golpe de Estado que o derrubou por 48 horas em abril de 2002

  • Por Jovem Pan
  • 13/10/2021 05h23 - Atualizado em 13/10/2021 10h21
EFE/DAVID FERNÁNDEZ /ARCHIVO Raul Isaías Baduel General venezolano Raul Isaías Baduel, ex-aliado de Hugo Chávez, nunca esteve nas listas venezuelana para receber anistia

O general Raúl Isaías Baduel, ex-aliado de Hugo Chávez e preso político na Venezuela desde 2009, morreu nesta terça-feira, 12, aos 66 anos, de uma parada cardiorrespiratória em decorrência de Covid-19, segundo o procurador-geral do país, Tarek William Saab. “Lamentamos a morte de Raúl Isaías Baduel de uma parada cardiorrespiratória como resultado da covid-19, enquanto estava sob cuidados médicos correspondentes. Ele já tinha recebido a primeira dose da vacina. Apresentamos nossas condolências a familiares e amigos”, disse o procurador no Twitter.

Em 29 de setembro, Andreina Baduel, filha do general, denunciou que seu pai tinha sido transferido do local onde estava preso, no subsolo do Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional (Sebin), conhecido como “A Tumba”, para outra sede desse órgão em Caracas. “Exigimos que suas condições sejam verificadas, exigimos uma prova de vida. Já chega”, escreveu ela, mas não houve resposta oficial ao pedido. Baduel, que foi um fiel aliado do falecido ex-presidente Hugo Chávez, foi considerado o artífice do retorno dele ao poder após o golpe de Estado que o derrubou por 48 horas em abril de 2002. O general também foi ministro da defesa entre 2006 e 2007.

Posteriormente, Baduel posicionou-se contra uma guinada totalitária do líder chavista e a reforma constitucional que ele propôs. Em 2009, o general foi preso e proibido de exercer cargos públicos até o final de sua sentença. Em 2015, ele recebeu liberdade condicional sob condições que, segundo a Justiça venezuelana, não cumpriu, o que o fez voltar à prisão em 2017, ano em que deveria completar sua pena. Baduel ainda foi acusado de novos crimes, incluindo contra a integridade da nação e a independência, o que prorrogou a sua pena indefinidamente. Embora o governo tenha concedido vários perdões a inúmeros opositores, Baduel nunca esteve nas listas dos que receberam anistia.

*Com informações da EFE

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.