Ex-presidente do Peru é acusado de três crimes por receber vacina contra Covid-19

Martin Vezcarra recebeu o imunizante do laboratório Sinopharm, que está em testes clínicos no país; o ex-presidente se defendeu dizendo que se inscreveu como voluntário

  • Por Jovem Pan
  • 15/02/2021 22h25 - Atualizado em 16/02/2021 08h52
EFE / EPA / Juan Pablo Azabache Ex-presidente do Peru, Martin Vezcarra, é investigado por tomar vacina contra a Covid-19

O Ministério Público do Peru iniciou uma investigação preliminar contra o ex-presidente Martin Vizcarra, que está sob a acusação de três crimes, depois de ter sido revelado que ele recebeu a vacina contra o coronavírus do laboratório chinês Sinopharm, submetida a ensaios clínicos no país. O MP afirmou em comunicado que o ex-chefe de governo é acusado de crime contra a administração pública, extorsão e negociação incompatível ou proveito do cargo que ocupava. O órgão acrescentou que interrogará o próprio político, a sua esposa, Maribel Díaz, e o chefe da equipe de investigação dos julgamentos Sinopharm no país, Germán Málaga. Também são alvos o ex-primeiro-ministro Walter Martos, a ex-ministra da Saúde Pilar Mazzetti e o ex-ministro das Relações Exteriores Mário López. A Procuradoria também solicitou informações sobre o processo de testes da vacina à Universidade Peruana Cayetano Heredia (UPCH) e ao Instituto Nacional de Saúde (INS).

Ex-presidente disse que era voluntário de testes

Vizcarra publicou nesta segunda-feira, 15, um vídeo em suas redes sociais no qual se defendeu das acusações de ter recebido diretamente as doses do Sinopharm e reiterou sua versão de que era um dos voluntários nos ensaios clínicos no país, algo que a UPCH negou. Apesar de ter pedido desculpas à população por não ter relatado sua participação nos testes, o ex-chefe de governo fez uma nova revelação, observando que ele não só participou com sua esposa, como já havia informado, mas também com seu irmão mais velho.

O ex-presidente argumentou que foi uma decisão pessoal de assumir o risco sanitário envolvido na aplicação de uma vacina experimental e negou que tenha mentido. “Assumo minha responsabilidade nesse sentido e, por respeito aos cidadãos de meu país, peço sinceramente desculpas aos peruanos por não ter relatado esse fato naquele momento”, declarou Vizcarra, que prometeu colaborar com as investigações. “Não cometi crime algum, e não houve aqui dano contra ninguém, muito menos contra o Estado”, finalizou.

*Com informações da EFE

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