Farc terão candidato à presidência da Colômbia em 2018

  • Por EFE
  • 02/11/2017 08h44
EFE/Ernesto Mastrascusa EFE/Ernesto Mastrascusa Líder das FARC Timoleón Jiménez, ou Timochenko

O principal líder das Farc, Rodrigo Londoño Echeverri, mais conhecido como Timochenko, será o candidato à presidência da Colômbia do partido Força Alternativa Revolucionária do Comum nas eleições do ano que vem.

O anúncio foi feito pelo número dois da ex-guerrilha, conhecido como “Iván Márquez”, em entrevista coletiva em Bogotá, na qual disse que a partir desta quarta-feira o partido entra “totalmente na disputa política de 2018 com candidatos próprios para a Presidência e para o Congresso da República”.

“Anunciamos que o nosso candidato à Presidência da República será Rodrigo Londoño Echeverri ‘Timochenko’, que estará acompanhado de Imelda Daza como vice-presidente”.

Márquez afirmou que está “em diálogo com o camarada ‘Timo’ para finalizar os detalhes do seu retorno (de Cuba) para que assuma como presidente do partido e como candidato das Farc”.

Imelda, que será a sua companheira de chapa, fez parte do partido de esquerda União Patriótica e se exilou na Suécia durante mais de 20 anos.

Desde o ano passado, ela faz parte do movimento político Vozes de Paz, ligado às Farc e que foi representante da ex-guerrilha no Congresso colombiano.

As eleições para renovar o Senado e a Câmara dos Representantes serão realizadas em março de 2018 e o primeiro turno das presidenciais será em maio.

Márquez explicou que o partido também terá candidatos ao Senado e à Câmara que, caso sejam eleitos, deverão se somar às dez cadeiras às quais terão direito durante os próximos oito anos pelo acordo de paz.

Os candidatos ao Senado serão o próprio Márquez e os conhecidos como Pablo Catatumbo, Carlos Antonio Lozada, Victoria Sandino, Sandra Ramírez e Benkos Biohó.

Para a Câmara o partido lançará candidaturas por Bogotá e pelos departamentos de Antioquia, Valle del Cauca, Atlántico e Santander, enquanto nas demais regiões do país as Farc apoiarão “candidatos de convergência social e democrática comprometidos programaticamente com a implementação dos acordos e as necessidades sociais populares”.

“Acredito que há muito boas chances para o entendimento político com outras forças. Nós vamos concorrer pelos departamentos com maior votação”, disse o líder do partido.

Márquez afirmou que as Farc terão sua própria representação eleitoral como alternativa aos políticos tradicionais do país.

“Damos passagem à luta política legal num contexto no qual as grandes maiorias do país esperam virar definitivamente a página da guerra com os acordos de paz”.

Nesse sentido, exigiu “ao Congresso e à toda a institucionalidade do Estado (…) que não mude nem uma vírgula do acordo de paz” assinado em 24 de novembro do ano passado em Bogotá.

Segundo Márquez, com as candidaturas próprias, o partido das Farc espera “acabar com a corrupção que empobrece o país”, ao mesmo tempo que “exige a reorganização do modelo econômico que permita a recuperação da capacidade produtiva e o atendimento das necessidades mais urgentes da população em matéria de saúde, moradia, segurança, educação e cultura”.

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