Feminista, futura primeira-dama do Chile diz que vai ‘reformular’ cargo no país

Irina Karamanos, que assume cargo no dia 11 de março, elogiou papel que antecessoras tiveram, mas prometeu debater futuro de jovens trans e crianças migrantes no país

  • Por Jovem Pan
  • 18/01/2022 13h35
Javier TORRES / AFP irina Karamanos, namorada de gabriel boric Irina Karamanos desempenhou papel importante na candidatura do novo presidente chileno

Namorada do presidente eleito do Chile, Gabriel Boric, Irina Karamanos confirmou nesta terça-feira, 18, que vai tomar posse como primeira-dama no dia 11 de março, mas disse que vai “reformular” o posto. “Reformular significa adaptá-lo aos tempos, dando-lhe um toque mais contemporâneo e despersonalizá-lo. E isso significa mudar a relação com o poder e a relação entre poder e mulheres na política”, argumentou Karamanos. A futura primeira-dama reconheceu o “trabalho importante” realizado por suas antecessoras, mas alegou que é necessário falar sobre outras questões como “jovens trans” ou “crianças migrantes”. “Coloco-me à disposição deste projeto para trabalhar em benefício do Chile e de sua diversidade, com um papel menos caridoso, mas mais articulado e diplomático”, acrescentou, em conversa com jornalistas do lado de fora do escritório de trabalho do presidente eleito. Feminista e militante da Frente Ampla, um dos dois partidos que formaram a aliança pela qual Boric venceu a eleição presidencial, Karamanos havia mostrado relutância em assumir o posto de primeira-dama.

A antropóloga e cientista política, de 32 anos, foi fundamental na coleta de assinaturas para lançar a candidatura de Boric à presidência e teve um papel fundamental na reta final da campanha eleitoral. Com apenas 35 anos de idade e mais de 4,6 milhões de votos, Boric tornou-se o mais jovem e mais votado presidente eleito da história do Chile em 19 de dezembro, quando derrotou o candidato de extrema-direita José Antonio Kast em segundo turno. Defensor do processo constituinte no qual o país está imerso e crítico ferrenho do modelo neoliberal instaurado durante a ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990), Boric quer expandir o papel do Estado em direção a um modelo de bem-estar social semelhante ao da Europa. “O mais importante será contribuir para as transformações que este projeto governamental está propondo, e no marco disso certamente estaremos muito em campo e fazendo muito trabalho, falando com todos os agentes”, afirmou Karamanos.

*Com informações da EFE

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