Gantz supera Netanyahu e sai na frente para tentar formar governo
Nesta segunda-feira, outros quatro partidos com cadeiras no Parlamento darão suas recomendações a Rivlin
O ex-chefe das Forças Armadas Benny Gantz, líder da coalizão centrista Azul e Branco, a mais votada nas eleições gerais de Israel, obteve o apoio da Lista Unida, que agrupa os partidos árabes, e superou o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, em número de recomendações para tentar formar o governo.
Neste domingo, as cinco listas mais votadas nas últimas eleições se reuniram com o presidente, Reuven Rivlin, em Jerusalém, para dar suas recomendações para primeiro-ministro.
As consultas, que foram transmitidas ao vivo para todo o país, começaram com uma reunião com parlamentares da coalizão centrista Azul e Branco, liderada por Gantz, que obteve 33 das 120 cadeiras, duas a mais que o Likud, de Netanyahu.
Como votou cada líder
Moshe Ya’alon, que liderou a delegação do partido na reunião, recomendou Gantz como primeiro-ministro e reiterou a vontade de seu partido de formar um governo de unidade “nacional e liberal”, com “todos os partidos sionistas, incluindo o Likud”, embora “sem extremistas”.
Depois foi a vez do Likud, cuja delegação foi chefiada pelo ministro do Turismo, Yariv Levin, recomendando que o atual premier tente formar um novo governo.
Durante seu encontro com Rivlin, Levin reiterou que sua legenda e o restante dos partidos de direita e ultra-ortodoxos manterão uma posição conjunta e negociarão como bloco e pediu que Gantz se junte a eles e formem um governo “estável”, que seja “amplo e de união nacional”.
Já a Lista Unida, que conquistou 13 cadeiras nas eleições, recomendou Gantz, sendo a primeira vez desde 1992 que uma lista árabe indica um candidato israelense para o cargo. O líder da lista, Ayman Odeh, explicou que “o mais importante é tirar Netanyahu do poder”.
Depois foi a vez do Shas, partido ultra-ortodoxo liderado por Aryeh Deri, que conseguiu nove cadeiras e que ratificou o acordo estabelecido na semana passada com o bloco de partidos de direita e ultra-ortodoxos de recomendar Netanyahu como primeiro-ministro.
Por último, o partido Israel Nosso Lar, liderado por Avigdor Lieberman, e que obteve 8 assentos, esteve representado pelo parlamentar Oded Forer, e informou que seu presidente não recomendaria nenhum candidato e reiterou seu desejo de um governo de unidade que inclua o Azul e Branco e o Likud.
Outros partidos devem votar
Com a recomendação da Lista Unida, Gantz chega ao número de 46 parlamentares que o apoiam para tentar formar governo, enquanto, neste momento, o Likud tem 40. Nesta segunda-feira (23), outros quatro partidos com cadeiras no Parlamento darão suas recomendações a Rivlin.
Enquanto o partido ultra-ortodoxo Judaísmo Unido pela Torá (8 cadeiras) e o extrema-direita Yamina (7) prometeram recomendar Netanyahu, os outros dois, Trabalhismo-Guesher (6 cadeiras) e União Democrática (5), asseguraram que indicarão Gantz.
Se as expectativas se confirmarem, Gantz obteria um total de 57 recomendações, e Netanyahu, 55. Com isso, seguindo a lógica histórica de recomendar quem tiver mais indicações, Rivlin recomendaria ao líder da Azul e Branco a formação do governo.
A partir desse momento, Benny Gantz teria 28 dias para fazê-lo, com a possibilidade de o presidente lhe conceder uma prorrogação de 14 dias se ele não obtiver êxito. Se falhasse, seria a vez de Netanyahu, que teria o mesmo tempo do rival.
Durante suas consultas com os partidos, Rivlin deixou claro hoje que sua intenção é a formação de um governo de unidade “estável” entre Azul e Branco e Likud, um cenário que continua sendo o mais provável, embora ainda seja preciso definir quem o lideraria.
* Com informações da EFE
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