“Há dois sistemas de justiça nos EUA: um negro e um branco”, diz pai de Jacob Blake

Jacob discursou durante manifestação para celebrar os 57 anos do discurso de Martin Luther King

  • Por Jovem Pan
  • 28/08/2020 19h27
EFE/EPA/JIM LO SCALZO Jacob Blake pai em discurso em defesa do filho que foi alvejado por policiais brancos

O pai de Jacob Blake, homem negro que foi atingido por sete tiros de um policial branco no último domingo, 23, denunciou hoje durante uma grande manifestação em Washington para celebrar os 57 anos do histórico discurso de Martin Luther King, que há dois sistemas de justiça nos Estados Unidos: um para os negros e outro para os brancos. “Há dois sistemas de justiça nos EUA. Há um sistema branco e há um sistema negro. O sistema negro não está indo muito bem, mas vamos nos erguer. Cada pessoa negra nos EUA vai se levantar. Estamos cansados”, disse Jacob diante de milhares de pessoas reunidas em frente ao Lincoln Memorial. “E não vamos mais tolerar isso. Peço a todos que se levantem. Sem justiça, não há paz”, exclamou.

Além do pai de Blake, também discursaram as famílias de outras vítimas da brutalidade policial contra negros nos EUA, como Philonese Floyd, irmão de George Floyd, que foi morto em 25 de maio, em Minneapolis, ao ser sufocado até a morte por um policial branco que ajoelhou sobre seu pescoço. “Está mais claro do que nunca que a mudança está acontecendo agora, porque exigimos. Todos aqui têm um compromisso, não estariam aqui por qualquer outra razão agora”, disse Philonese. “Gostaria que George estivesse aqui. É por isso que estou protestando. Estou protestando por George, Breonna, Ahmaud, Jacob, Pamela Turner, Michael Brown, Trayvon e qualquer outro que tenha perdido a vida”, acrescentou.

A irmã de Floyd, Bridgett, também discursou e pediu para os americanos trabalharem em conjunto para fazer as mudanças necessárias para acabar com as injustiças. “Quero que vocês se perguntem agora, como querem ser lembrados nos livros de história? Qual seria o legado de vocês? Será que as gerações futuras vão se lembrar da gente pela nossa complacência, pela inação? Ou vão se lembrar da nossa empatia, da nossa liderança, da paixão para acabar com as injustiças e o mal no nosso mundo?”, perguntou Bridgett Floyd. Bridgett mencionou o discurso de Martin Luther King, feito há 57 anos, e explicou aos manifestantes que eles têm o poder de tornar realidade o sonho do antigo líder dos direitos civis. “Temos de fazer isso juntos, para as próximas gerações. O meu irmão não pode ser uma voz hoje em dia. Temos de ser essa voz. Temos de ser a mudança e temos de ser o seu legado”, completou.

*Com Agência EFE

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.