Haiti realiza funeral de presidente assassinado e viúva afirma que ele foi ‘traído’
Martine Moise fez discurso durante enterro do marido e pediu justiça pela morte de Jovenel; país ainda não tem data para realização de novas eleições
Com polícia nas ruas para conter protestos da população e sob forte esquema de segurança, o funeral do presidente do Haiti, Jovenel Moise, assassinado no último dia 7 em Porto Príncipe, foi iniciado nesta sexta-feira, 23, na cidade de Cap Haitien. A cerimônia contou com um discurso de mais de 15 minutos da primeira-dama do país, Martine Moise, que também foi vítima do atentado que matou o marido dentro da residência oficial na qual eles viviam. Ela pediu justiça para Moise e afirmou que ele “foi abandonado e traído”. “O assassinato expôs a falta de dignidade e a covardia”, comentou Martine. Segundo ela, que sem citar nomes acusou as pessoas de “odiar e atirar veneno” contra Moise, o maior pecado do marido foi “amar o seu país e defender os mais necessitados contra a ganância de outros”.
Ela voltou a dizer que não quer violência ou vingança, mas pediu que o sangue do marido não tenha sido derramado em vão, disse que os assassinos de Moise continuam soltos e falou sobre os 25 anos de casamento que nutriu com o ex-chefe de Estado. O corpo de Jovenel Moise deve ser enterrado ainda nesta sexta-feira. O país, que pediu ajuda internacional para lidar com motins e com o colapso das estruturas nacionais após o assassinato, prendeu mais de 25 pessoas que teriam arquitetado e cometido o crime, mas continua com investigações ativas para desvendar os motivos do magnicídio. Na última quarta-feira, 21, o novo premiê do país, Ariel Henry, tomou posse. Até o momento, porém, a realização de novas eleições não foi anunciada.
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