Iêmen: Centenas de manifestantes invadem palácio presidencial em Aden

Invasores faziam parte da própria força de segurança nacional, cujos guardas não recebem salário há nove meses, e do movimento separatista Conselho de Transição do Sul

  • Por Jovem Pan
  • 16/03/2021 16h23
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EFE/EPA/YAHYA ARHAB EPA Guardas do Iêmen, cujo palácio presidencial foi invadido nesta terça-feira, 16 A forças de segurança do Iêmen que protegem o Palácio Presidencial de Masshiq não oferecerem resistência aos manifestantes

Centenas de manifestantes descontentes com as condições de vida precárias e a desvalorização da moeda do Iêmen invadiram o Palácio Presidencial Masshiq nesta terça-feira, 16. A construção, que fica na cidade de Áden, é a sede do governo reconhecido pela comunidade internacional e abriga os principais membros do gabinete, incluindo o primeiro-ministro Maeen Abdulmalik Saeed. Todos os funcionários tiveram que ser evacuados por tropas da Arábia Saudita até que um chefe da polícia da cidade convenceu os manifestantes a irem embora. Segundo a emissora de televisão Al Jazeera, a maioria deles faziam parte da própria força de segurança do Iêmen, cujos guardas não recebem salário há nove meses, ou então do movimento separatista Conselho de Transição do Sul, que controla boa parte da região e está sendo apoiado pelos Emirados Árabes. No mesmo dia, outro protesto terminou com a invasão de um complexo governamental na cidade de Sayoun, no leste do Iêmen. Forças aliadas ao governo dispararam tiros no ar para dispersar a multidão, que também queimava pneus de carros nas ruas próximas.

O Iêmen tem sido atormentado pela violência e instabilidade desde 2014, quando rebeldes houthis tomaram o poder de grande parte do país, incluindo a capital Sanaa. Paralelamente, um novo governo foi formado no sul no ano passado com a intermediação do Marrocos. O objetivo era fazer com que os separatistas do Conselho de Transição do Sul e os partidários do presidente Abd-Rabbu Mansour Hadi, que é apoiado pela Arábia Saudita, dividissem o poder do país e se unissem na luta contra os houthis.

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