Irã avisa que não será ‘arrastado para a armadilha preparada’ por Israel
Abbas Araqchi, MRE do Irã, denunciou em entrevista, divulgada pela imprensa do país, que o Estado judeu busca expandir a guerra, enquanto os iranianos luta pela paz e a estabilidade na região
Irã garantiu neste sábado (19) que não será “arrastado para a armadilha preparada” pelo primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, a quem acusou de tentar espalhar a guerra pela região do Oriente Médio. “Ninguém na região, exceto o primeiro-ministro de Israel, apoia o cenário de uma guerra maciça e não cairemos na armadilha criada por Netanyahu”, disse o ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araqchi, em entrevista ao jornal egípcio “Al-Masry Al-Youm” durante sua visita ao Cairo na quinta-feira e publicada neste sábado. Araqchi denunciou na entrevista, divulgada pela imprensa iraniana, que Israel busca expandir a guerra, enquanto seu país luta pela paz e a estabilidade na região.
“Não queremos guerra, mas estamos preparados para todos os cenários possíveis e, se Israel lançar um ataque contra o Irã, estudaremos cuidadosamente e determinaremos como responder”, alertou Araqchi, referindo-se a um possível ataque israelense contra seu país em resposta aos 180 mísseis lançados por Teerã em 1º de outubro contra o território israelense.
“Os israelenses podem testar nossa vontade”, declarou o chefe da diplomacia iraniana, acrescentando que Teerã responderá sem pressa ou demora. O ataque do Irã foi uma retaliação aos assassinatos do líder libanês do Hezbollah, Hassan Nasrallah, e de um general da Guarda Revolucionária Iraniana em Beirute, em 27 de setembro, e ao assassinato do chefe político do grupo palestino Hamas, Ismail Haniyeh, em Teerã, no final de julho. Diante dessas perspectivas, Araqchi disse que o Oriente Médio “está passando por circunstâncias extremamente perigosas”, motivo pelo qual, segundo ele, sente a necessidade de coordenação e consulta urgentes entre os países da região “para tomar posições que levem ao fim dos crimes da entidade sionista (Israel) em Gaza e no Líbano”. “Acho que existe a possibilidade de vermos uma segunda Gaza no sul do Líbano“, alertou.
Araqchi iniciou uma viagem regional no dia 4 deste mês que, até o momento, o levou ao Líbano, Síria, Arábia Saudita, Catar, Omã, Iraque, Jordânia, Egito e Turquia, em uma tentativa de evitar uma nova escalada no Oriente Médio. “Os países da região e a comunidade internacional devem se esforçar mais para acabar com as atrocidades cometidas pela ocupação israelense, para que elas não se espalhem para outras áreas”, pediu o ministro iraniano. Na opinião de Araqchi, “as tentativas de demonizar o Irã falharam” e um ano de guerra na Faixa de Gaza deixou claro quem representa uma ameaça para toda a região, referindo-se a Israel. O Estado judeu acusou repetidamente o Irã de ser “a cabeça da serpente”, em referência ao seu apoio à aliança antiisraelense Eixo de Resistência, que inclui não apenas Hamas e Hezbollah, mas também os houthis do Iêmen e grupos iraquianos, os quais Israel considera terroristas.
*Com informações da EFE
Publicado por Marcelo Bamonte
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