Israel faz ataque massivo contra túneis do Hamas na Faixa de Gaza; Líbano lança foguetes
O número de mortes entre os palestinos subiu para 119, incluindo 31 crianças e 19 mulheres; esforços de mediação do Egito fracassaram
O Exército de Israel iniciou na madrugada desta sexta-feira, 14, um intenso bombardeio terrestre e aéreo contra a Faixa de Gaza, considerado a maior ofensiva desde o início dos confrontos há cinco dias. Os militares continuaram os ataques até esta manhã, quando caças de combate atingiram várias instalações subterrâneas de onde o movimento islâmico palestino Hamas costuma lançar os seus projéteis. Entre a noite de quinta-feira, 14, e a manhã de sexta-feira, 14, Israel lançou um total de 220 foguetes, além de ter utilizado tanques e disparos de artilharia. As últimas informações são de que, até agora, 9 israelenses e 119 palestinos, incluindo 31 crianças e 19 mulheres, perderam as suas vidas. Além disso, o número de pessoas feridas se situa em 500 em Israel e 830 na Faixa de Gaza, onde há relatos de 200 casas destruídas ou danificadas e centenas de pessoas buscando abrigos. “Estamos fazendo isso e continuaremos fazendo com grande intensidade. Esta não é a última palavra e esta operação continuará pelo tempo que for necessário”, advertiu o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu em um vídeo postado em suas redes sociais enquanto os bombardeios aconteciam. Os militares israelenses ainda não chegaram a invadir a Faixa de Gaza, mas os temores de que isso possa acontecer em breve aumentam à medida que 7 mil reservistas e tanques de reserva já foram posicionados na fronteira. Os palestinos que moram em áreas próximas estão deixando suas casas com medo de uma incursão das tropas inimigas.
Conflitos internos
Cidades israelenses mistas como Haifa, Jafa, Beersheva e Lod têm sido palco de confrontos entre judeus e árabes. Atos da população árabe em apoio à causa palestina terminaram com incêndios em sinagogas, enquanto grupos judeus danificaram lojas, casas e carros que pertencem aos árabes. A violência levou alguns prefeitos a alertarem sobre o perigo de uma guerra civil, termo que também foi utilizado pelo próprio presidente Reuven Rivlin para descrever os distúrbios em várias cidades do país. Diante disso, o Ministério da Defesa ordenou um reforço maciço das forças de segurança para suprimir a agitação interna, que fez com que mais de 400 pessoas fossem presas até agora. O alto número de detenções se deve em parte à introdução de uma “detenção administrativa para manifestantes”, medida polêmica implementada pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu que permite que as autoridades prendam pessoas por longos períodos de tempo mesmo sem acusações formais. Enquanto isso, as tentativas dos partidos de Israel de formar uma coalizão para substituir o governo de Netanyahu após as eleições inconclusivas de março parecem ter entrado em colapso depois que um importante líder de direita retirou seu partido das negociações, chamando as hostilidades de um “evento de mudança da realidade”, a mídia diz. Naftali Bennett está agora em negociações com o partido Likud, de Netanyahu, para tentar formar um “governo de unidade nacional ampla”.
Reação internacional
Um alto funcionário do Hamas disse que o grupo está pronto para um cessar-fogo “recíproco” se a comunidade internacional pressionar Israel a “suprimir as ações militares” na disputada mesquita de Al-Aqsa, em Jerusalém. No entanto, Israel não parece estar com a mesma disposição. Na quinta-feira, 13, o Egito enviou uma delegação para atuar como mediador entre as partes, mas as autoridades israelenses reforçaram a sua intenção de realizar uma ampla operação militar na Faixa de Gaza antes de chegar a qualquer trégua. “É evidente que Israel tem objetivos específicos com o ataque que pretende lançar à Faixa de Gaza antes de um cessar-fogo, tais como destruir as capacidades militares da resistência palestina e especialmente do Hamas, bem como atingir um certo número de líderes do Hamas procurados por Israel”, destacou uma das fontes egípcias. Dessa forma, a delegação acabou voltando para casa sem conseguir mediar uma trégua entre as partes. O Egito decidiu então responder com um “congelamento de várias questões com Tel Aviv”, sem dar mais pormenores, apesar de ter sido o primeiro país a assinar um tratado de paz com Israel em 1979. O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) decidiu realizar uma reunião aberta sobre a situação do Oriente Médio no próximo domingo, 16. O encontro foi solicitado pelas missões da Noruega, Tunísia e China, que afirmaram que a escalada de violência entre israelenses e palestinos é “crítica” e pediu que “civis inocentes não sejam deixados a sofrer”. Na segunda e na quarta-feira, 10 e 12, já tinham sido realizadas reuniões para discutir o tema, mas a portas fechadas.
Líbano lança três foguetes em direção a Israel
Pelo menos três foguetes foram disparados do sul do Líbano em direção a Israel nesta quinta-feira, 13. Unidades do exército libanês foram para a área de onde esses projéteis foram lançados, na cidade de Tyre, e prenderam os responsáveis, cujos nomes não foram divulgados. Até agora, nenhum grupo reivindicou a autoria do ataque. Porém, no ano passado houve um forte pico de tensão entre a milícia xiita libanesa Hezbollah e Israel, que atravessa continuamente o espaço aéreo libanês, embora nos últimos meses a fronteira tenha permanecido relativamente calma. Líbano e Israel não têm relações diplomáticas: estão formalmente em guerra e, até hoje, após vários conflitos armados, ainda não estabeleceram um cessar-fogo permanente.
*Com informações da EFE
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