Jornalista que foi detida após cobrir protestos é solta em Cuba
Libertação de Camila Acosta para prisão domiciliar foi confirmada pelo jornal espanhol para o qual ela prestava serviços quando foi detida em Havana
A jornalista Camila Acosta, detida na segunda-feira, 12, enquanto cobria prisões de civis em Cuba para o jornal espanhol “ABC”, foi liberada para cumprir prisão domiciliar no país nesta sexta-feira, 16. A informação foi confirmada pelo jornal espanhol, que afirma que Acosta é correspondente na cidade de Havana. O governo cubano, porém, nega a profissão dela, já que a jornalista não tem credenciamento oficial de imprensa estrangeira. A profissional já foi detida em outras ocasiões e trabalhou para um dos principais sites opositores da ilha, o Cubanet. Segundo o ABC, ela foi detida por “delitos contra a segurança do Estado”. ONGs do país calculam que pelo menos 140 pessoas tenham sido presas por causa dos protestos realizados no último fim de semana. A morte de uma pessoa foi confirmada pelo governo cubano. A jornalista não se posicionou nas redes sociais, parcialmente bloqueadas no país, após sua liberação.
Acosta faz parte de um grupo de pelo menos três profissionais da comunicação vítimas da repressão do governo cubano desde o início dos protestos contra o governo. No domingo, um vídeo jornalista da Agência Press teve seu equipamento quebrado por um grupo de apoiadores do presidente Miguel Díaz-Canel. Um fotojornalista do mesmo grupo de comunicação precisou ser hospitalizado após sofrer ferimentos no nariz e no olho por parte da polícia cubana. Ambos passam bem. Mesmo com o testemunho das agressões em vídeos e fotos, o presidente do país fez pronunciamento oficial na segunda-feira negando qualquer tipo de repressão nas manifestações, fala considerada como uma “retórica inflamatória de guerra e confronto” pela Anistia Internacional, para quem o discurso do governo cubano gera “um ambiente violento contra quem cobra prestação de contas e o livre exercício de seus direitos”.
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