Justiça dos EUA adia julgamento de policial acusado de matar George Floyd

O processo foi temporariamente postergado enquanto o tribunal considera adicionar mais uma acusação contra o ex-agente Derek Chauvin, de Minneapolis

  • Por Jovem Pan
  • 08/03/2021 15h44 - Atualizado em 08/03/2021 15h45
EFE/EPA/CRAIG LASSIG Às vésperas do julgamento de Derek Chauvin, manifestantes pedem justiça pela morte de George Floyd Às vésperas do julgamento de Derek Chauvin, manifestantes pedem justiça pela morte de George Floyd

A Justiça dos Estados Unidos adiou por pelo menos um dia o início de um dos julgamentos mais importantes da história do país. O processo envolvendo o ex-agente Derek Chauvin, que pressionou o seu joelho contra o pescoço de George Floyd durante nove minutos em maio de 2020, deveria começar nesta segunda-feira, 8. No entanto, ele foi postergado enquanto o tribunal considera adicionar mais uma acusação: o ex-policial, que já seria julgado por homicídio culposo e assassinato em segundo grau, agora também pode ser acusado de assassinato em terceiro grau. Quando o julgamento tiver início, os promotores e os advogados trabalharão na formação de um júri composto por 12 residentes do condado de Hennepin. Os responsáveis pela defesa do ex-policial de Minneapolis tentarão selecionar pessoas que apoiam a polícia, enquanto os promotores buscarão cidadãos favoráveis ao movimento Black Lives Matter. Para garantir uma audiência justa, os candidatos a jurados serão longamente questionados sobre as suas opiniões em relação à polícia e ao sistema judiciário. A etapa deve levar pelo menos três semanas.

Os jurados em potencial, que devem ter pelo menos 18 anos e ser cidadãos norte-americanos, receberam questionários  com perguntas sobre contatos anteriores com a polícia, participação em protestos contra a violência policial e até mesmo quantas vezes assistiram ao vídeo que mostra George Floyd sendo asfixiado. A gravação, em que é possível ouvir a vítima repetindo que não conseguia respirar, gerou uma onda de protestos contra o racismo e a violência policial em todo o mundo. A defesa terá o direito de recusar 15 candidatos a jurados e a promotoria, 9. A seleção terá fim após a escolha de 14 pessoas, sendo 12 jurados e 2 suplentes, cujos nomes permanecerão em sigilo. O advogado de Derek Chauvin, Eric Nelson, argumentou que a repercussão midiática do caso tornam impossível encontrar um júri imparcial no condado de Hennepin. Em resposta, o juiz responsável pelo caso, Peter Cahill, rebateu que mover o julgamento tampouco resolveria o problema de um júri possivelmente contaminado, visto que “nenhum canto do estado de Minnesota” ficou alheio à morte de George Floyd.

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