Justiça dos EUA adia julgamento de policial acusado de matar George Floyd
O processo foi temporariamente postergado enquanto o tribunal considera adicionar mais uma acusação contra o ex-agente Derek Chauvin, de Minneapolis
A Justiça dos Estados Unidos adiou por pelo menos um dia o início de um dos julgamentos mais importantes da história do país. O processo envolvendo o ex-agente Derek Chauvin, que pressionou o seu joelho contra o pescoço de George Floyd durante nove minutos em maio de 2020, deveria começar nesta segunda-feira, 8. No entanto, ele foi postergado enquanto o tribunal considera adicionar mais uma acusação: o ex-policial, que já seria julgado por homicídio culposo e assassinato em segundo grau, agora também pode ser acusado de assassinato em terceiro grau. Quando o julgamento tiver início, os promotores e os advogados trabalharão na formação de um júri composto por 12 residentes do condado de Hennepin. Os responsáveis pela defesa do ex-policial de Minneapolis tentarão selecionar pessoas que apoiam a polícia, enquanto os promotores buscarão cidadãos favoráveis ao movimento Black Lives Matter. Para garantir uma audiência justa, os candidatos a jurados serão longamente questionados sobre as suas opiniões em relação à polícia e ao sistema judiciário. A etapa deve levar pelo menos três semanas.
Os jurados em potencial, que devem ter pelo menos 18 anos e ser cidadãos norte-americanos, receberam questionários com perguntas sobre contatos anteriores com a polícia, participação em protestos contra a violência policial e até mesmo quantas vezes assistiram ao vídeo que mostra George Floyd sendo asfixiado. A gravação, em que é possível ouvir a vítima repetindo que não conseguia respirar, gerou uma onda de protestos contra o racismo e a violência policial em todo o mundo. A defesa terá o direito de recusar 15 candidatos a jurados e a promotoria, 9. A seleção terá fim após a escolha de 14 pessoas, sendo 12 jurados e 2 suplentes, cujos nomes permanecerão em sigilo. O advogado de Derek Chauvin, Eric Nelson, argumentou que a repercussão midiática do caso tornam impossível encontrar um júri imparcial no condado de Hennepin. Em resposta, o juiz responsável pelo caso, Peter Cahill, rebateu que mover o julgamento tampouco resolveria o problema de um júri possivelmente contaminado, visto que “nenhum canto do estado de Minnesota” ficou alheio à morte de George Floyd.
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