Líderes condenam assassinato do presidente do Haiti; país declara estado de sítio

Fronteiras e aeroportos foram fechados após morte de Jovenel Moise e da esposa dele, Martine Moise, que tiveram casa oficial invadida por homens armados durante a madrugada

  • Por Jovem Pan
  • 07/07/2021 12h50 - Atualizado em 07/07/2021 18h14
Président Jovenel Moïse/Facebook/02.06.2021 presidente do haiti, jovenel moise Presidente do Haiti foi assassinado no dia 7 de julho deste ano em sua residência particular em Porto Príncipe

A Organização os Estados Americanos (OEA) condenou nesta quarta-feira, 7, o que considerou como o “assassinato político” do presidente do Haiti, Jovenel Moise, morto após ter a casa invadida por homens armados durante a madrugada. Uma nota emitida pela Secretaria-geral do órgão afirmou que o crime foi “uma afronta a toda a comunidade das nações democráticas” e disse que a morte de Moise tenta “minar a estabilidade institucional do país”. Uma série de líderes mundiais também se posicionou após o crime: a porta-voz de comunicação da Casa Branca, Jen Psaki, afirmou que o país norte-americano ainda coleta informações sobre o caso, mas garantiu que eles “estão ao lado deles para prover qualquer assistência necessária”.

O presidente da Espanha, Pedro Sánchez, pediu que forças políticas do país da América Central se unissem para superar a situação. O governo da Argentina repudiou o ataque e afirmou que “espera que a paz e a tranquilidade sejam recuperadas em breve no país”. O presidente da República Dominicana, que compartilha fronteira com o país, Luis Abinader, disse que a morte do líder “viola a ordem democrática do Haiti”; o presidente do México, Andrés Manuel López chamou a morte de Moise de “lamentável” e enviou um abraço ao povo haitiano durante coletiva de imprensa. O líder colombiano Iván Duque, que foi alvo de um recente atentado a tiros em 25 de junho, disse que o assassinato era um “ato covarde e bárbaro” contra a população. Líder da oposição ao ditador Nicolás Maduro na Venezuela, Juan Guaidó, declarou que o país latino repudia o crime e é solidário aos haitianos. “Não esquecemos o apoio do Haiti à nossa causa democrática”, afirmou em publicação nas redes sociais.

Após uma reunião extraordinária com o Conselho de Ministérios, o primeiro-ministro Claude Joseph foi à TV ao lado do diretor da Polícia Nacional do país, Leon Charles, e declarou estado de sítio em toda a nação. As fronteiras com a República Dominicana e o aeroporto de Porto Príncipe já tinham sido fechados poucas horas após o assassinato de Moise. Até o momento, não há informações sobre qualquer preso por envolvimento com o crime. Ele se candidatou à presidência em 2015, teve a maioria dos votos, mas recebeu uma série de denúncias de fraudes que fizeram com que o pleito fosse adiado para revisão dos resultados. Após novas eleições, ele foi oficialmente eleito em primeiro turno no ano de 2017. Há pelo menos um ano, porém, Moise governava o país por meio de decreto, o que causou uma série de protestos da população nas ruas.

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