Líderes mundiais reagem ao ataque dos EUA contra o Irã

Estados Unidos atacaram três instalações nucleares do Irã e entraram formalmente na guerra no Oriente Médio

  • Por Jovem Pan
  • 22/06/2025 11h26
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Divulgação/Casa Branca Donald Trump ao lado de seu vice, JD Vance, na sala de situação da Casa Branca Donald Trump ao lado de seu vice, JD Vance, na sala de situação da Casa Branca

O ataque dos Estados Unidos contra o Irã, na noite de sábado (21), gerou uma série de manifestações de líderes mundiais. O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, foi um dos primeiros a se posicionarem, parabenizando e elogiando Donald Trump pela ação. Em vídeo publicado na rede social X, Netanyahu destacou que os EUA realizaram o que “nenhum outro país no mundo pôde fazer” ao atacar os centros nucleares do Irã com “poder impressionante e justo”, e disse que o ataque vai mudar a história do Oriente Médio. O secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), António Guterres, disse estar “profundamente alarmado” com os ataques realizados pelos Estados Unidos contra instalações nucleares no Irã. Para ele, a ofensiva representa uma “escalada perigosa” em uma região já marcada por instabilidade e constitui uma “ameaça direta à paz e à segurança internacionais”. A declaração foi publicada na rede social X e reforçada em nota oficial da ONU.

Da parte do Irã, o ministro iraniano das Relações Exteriores, Abbas Araqchi, disse que os Estados Unidos e Israel traíram a democracia, e que Trump cruzou a linha vermelha com o ataque as instalações nucleares. “Os acontecimentos desta manhã são escandalosos e terão consequências eternas”, escreveu Araqchi, enfatizando que o Irã vai se defender “por todos os meios necessários”. A Guarda Revolucionária, exército ideológico da República Islâmica, ameaçou os Estados Unidos com “represálias que vão lamentar”. A Agência de Energia Atômica iraniana, por sua vez, denunciou o ataque como “um ato bárbaro que viola o direito internacional” e disse que, “apesar das malvadas conspirações de seus inimigos”, o Irã “não deixará que o caminho do desenvolvimento desta indústria nacional (nuclear), que é o resultado do sangue de mártires nucleares, seja detido”. O papa Leão XIV declarou que “a humanidade apela por paz diante das notícias alarmantes vindas do Oriente Médio”.

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Confira as principais reações internacionais

União Europeia

A chefe da diplomacia da União Europeia, Kaja Kallas, instou “todas as partes a recuarem, a voltarem à mesa de negociações e evitarem qualquer escalada adicional”, em mensagem publicada no X. Ela acrescentou que o Irã não deve desenvolver armas nucleares e que os ministros das Relações Exteriores da UE debaterão a situação na segunda-feira.

Rússia 

A Rússia condenou firmemente os bombardeios americanos, os quais tachou de “irresponsáveis”, contra seu principal aliado no Oriente Médio. “A decisão irresponsável de realizar ataques com mísseis e bombas no território de um Estado soberano, qualquer que seja o argumento apresentado, viola flagrantemente o direito internacional”, declarou a diplomacia russa.

China

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou, neste domingo, que “condena firmemente” os bombardeios dos Estados Unidos e afirmou que contribuem para uma “escalada das tensões no Oriente Médio”. “A China chama todas as partes em conflito, especialmente Israel, a um cessar-fogo o quanto antes”, informou a chancelaria.

Reino Unido

O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, pediu ao Irã que “volte à mesa de negociações”. “Nunca se pode permitir ao Irã desenvolver uma arma nuclear e os Estados Unidos tomaram medidas para mitigar esta ameaça”, escreveu Starmer no X, destacando que “a estabilidade na região é uma prioridade”.

Alemanha

O chefe do governo alemão, Friedrich Merz, “reiterou seu apelo para que o Irã inicie imediatamente negociações com os Estados Unidos e Israel a fim de alcançar uma solução diplomática para o conflito”.

França

O presidente francês, Emmanuel Macron, conversou neste domingo com seu contraparte iraniano, Masoud Pezeshkian, e o instou a retomar os “diálogos diplomáticos” e pediu “a desescalada” do conflito, informou o Palácio do Eliseu, sede da Presidência francesa.

Espanha

“Chamamos todas as partes à desescalada. Não é a solução militar que vai trazer paz e estabilidade ao Oriente Médio, mas a diplomacia e, portanto, nós esperamos que todos voltem à mesa de negociação”, assinalou o ministro espanhol de Assuntos Exteriores, José Manuel Albares.

Arábia Saudita

A Arábia Saudita “acompanha com grande preocupação os acontecimentos na República Islâmica do Irã, com o ataque às instalações nucleares iranianas por parte dos Estados Unidos”, afirmou o ministério das Relações Exteriores saudita.

Omã

Omã, que atua como mediador entre os Estados Unidos nos diálogos sobre o programa nuclear iraniano, condenou “esta agressão ilegal” e pediu “uma desescalada imediata”, afirmou um porta-voz do ministério das Relações Exteriores omani.

Iraque

O governo iraquiano condenou os ataques americanos, qualificando-os de “escalada militar” que “ameaça a segurança e a paz no Oriente Médio” e “põe gravemente em perigo a estabilidade regional”.

Paquistão

O Paquistão, única potência nuclear do mundo muçulmano e aliado dos Estados Unidos, condenou os bombardeios americanos. “Reiteramos que estes ataques violam todas as normas do direito internacional e que o Irã tem o direito legítimo de se defender em virtude da Carta das Nações Unidas”, declarou a Chancelaria.

Rebeldes houthis

Os rebeldes houthis do Iêmen, aliados do Irã, consideraram os ataques americanos “uma declaração de guerra” contra o povo iraniano e afirmaram que estão prontos “para atacar os navios americanos no mar Vermelho”.

Hamas

“Condenamos esta agressão criminosa”, escreveu no Telegram o movimento islamista palestino Hamas, aliado do Irã e imerso há 20 meses em uma guerra com Israel na Faixa de Gaza. “Nós a consideramos um exemplo flagrante da política de imposição da hegemonia pela força, uma agressão baseada na lei da selva e uma violação de todas as normas e convenções internacionais”, acrescentou.

*Com informações da AFP

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