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Mais da metade dos ministros do governo Boris Johnson renunciam e escancaram crise no Reino Unido

Boris Johnson enfrenta uma nova crise em seu governo com a debandada de membros do alto escalão

Frente à crise no governo do Reino Unido, 14 dos 22 ministros de Boris Johnson renunciaram ao cargo até nesta quarta-feira, 6. Ao todo, 39 membros do alto escalão debandaram do governo, em 24 horas, após denúncias de abuso sexual do ex-secretário Christopher Pincher virem à tona. Jonhson foi acusado de saber das condutas do ex-funcionário antes mesmo de nomeá-lo. Na noite de terça-feira, 5, os ministros da Saúde, Sajid Javid, e das Finanças, Rishi Sunak, foram os primeiros a anunciarem suas renúncias, poucas horas depois de Johnson apresentar desculpas pela enésima vez, ao admitir que cometeu um “erro” por nomear Pincher para um cargo parlamentar importante.  Na sequência, o secretário de Estado para a Infância e a Família, Will Quince, o secretário de Estado para Educação, Robin Walker, e o secretário de Estado de Finanças, John Glen, seguiram a debandada do governo, o que totalizou 5 demissões entre os 23 ministros. Também pediu demissão a vice-secretária de Estado para os Transportes, Laura Trott. 

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Mesmo diante de seu enfraquecimento, Johnson afirmou que pretende permanecer no cargo, apesar das dificuldades. Na sessão semanal de perguntas no Parlamento, ele fez uma defesa caótica de suas conquistas desde que assumiu o posto de chefe de Governo e citou os problemas que ainda deseja solucionar, como a crise do custo de vida no Reino Unido. “O trabalho de um primeiro-ministro em circunstâncias difíceis, quando você recebeu um mandato colossal, é continuar e é isto que vou fazer”, disse Johnson. O líder da oposição, o trabalhista Keir Starmer, o acusou de apresentar um “espetáculo patético no último ato de sua carreira política”.

Secretário de Saúde da Grã-Bretanha, Sajid Javid (E), o primeiro-ministro britânico Boris Johnson (C) e o chanceler do Tesouro da Grã-Bretanha, Rishi Sunak │JESSICA TAYLOR / UK PARLIAMENT / AFP

Outros membros do Executivo, fiéis a Johnson, defenderam o balanço político do líder conservador que, durante aparição em uma comissão formada pelos presidentes das diferentes comissões parlamentares, descartou convocar eleições antecipadas. “Eu realmente não acho que ninguém neste país queira que os políticos se dediquem a fazer campanha eleitoral agora. E acredito que precisamos continuar a servir nossos eleitores e cuidar das questões que importam para eles”, afirmou. Contudo, segundo uma pesquisa realizada na quarta-feira pelo gabinete Savanta ComRes, três em cada cinco eleitores conservadores consideram que Johson não consegue recuperar a confiança da opinião pública. 72% acham que o primeiro-ministro deveria renunciar e a maioria dos britânicos o considera um “mentiroso”.

Confira abaixo algumas das renúncias:

Governo enfraquecido

Johnson está envolvido em polêmicas desde o “partygate”, o escândalo das festas em Downing Street durante as restrições sanitárias da pandemia de Covid-19, ao financiamento irregular da reforma da residência oficial. O primeiro-ministro sobreviveu no início de junho a um voto de desconfiança, uma iniciativa de rebeldes do partido para tentar afastá-lo do poder. Apoiado por 211 dos 359 deputados conservadores, Johnson conseguiu permanecer no cargo, mas os 148 votos contra ele deixaram evidente o descontentamento interno. As regras do partido estabelecem que este procedimento não pode ser repetido durante 12 meses, mas muitos conservadores querem uma mudança para voltar a tentar a manobra contra Johnson.

*Com informações da AFP

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