Manifestantes voltam a tomar ruas da França em protesto contra reforma da previdência
Presidente Emmanuel Macron quer mudar de 62 para 64 anos a idade de aposentadoria a partir de 2030; recusa do líder em se reunir com representantes do sindicato aumentou a tensão no país
Centenas de manifestantes voltaram às ruas da França neste sábado, 11, para protestar contra a reforma da previdência que o presidente Emmanuel Macron que implantar no país e altera de 62 para 64 anos a idade de aposentadoria a partir de 2030, além de antecipar para 2027 a exigência de contribuição por 43 anos (e não 42 como atualmente) para que o aposentado receba a pensão integral. Segundo as pesquisas, dois terços dos franceses são contra essa mudança. Estima-se que cerca de 300 mil pessoas protestaram na capital, um número muito menor que o registrado na terça-feira, quando o país registrou mais de 1,8 milhão de manifestantes. A rejeição dos franceses foi demonstrada em vários protestos desde 19 de janeiro, além de greves nos transportes e no setor de energia. Até o momento, no entanto, as ações não conseguiram provocar a retirada do projeto, que está sendo debatido no Senado (câmara alta) e ainda deve passar pela Assembleia Nacional (câmara baixa) para uma votação final. Na quarta-feira, 8, o Senado da França aprovou o artigo-chave de um projeto de reforma do sistema previdenciário. Para entrar em vigor, a iniciativa precisa ser aprovada pelas duas Câmaras do Parlamento até o próximo dia 26. A tensão sobre a reforma atingiu o pico esta semana, depois que Macron se recusou a aceitar reuniões com representantes dos sindicatos, o que provocou “muita irritação”, segundo Philippe Martinez, líder do sindicato CGT. Neste sábado, os sindicatos convocaram o protesto com a esperança de atrair mais trabalhadores e esperam forçar Macron a recuar em sua iniciativa. “Quando milhões de pessoas estão nas ruas, quando há greves e tudo o que recebemos do outro lado é o silêncio, as pessoas perguntam: O que mais temos que fazer para sermos ouvidos?”, afirmou Martinez, antes de pedir um referendo sobre a reforma previdenciária.
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